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11/08/2016 - 12h35min

Oficina aborda troca de experiências de atendimento a vítimas de violência

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Simone Rodrigues, coordenadora da rede intersetorial de Blumenau

A experiência na articulação para a criação e estruturação da rede de atenção intersetorial em Blumenau foi o tema da palestra de abertura da oficina de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual nesta quinta-feira (11).

O evento acontece até sexta-feira (12) na Assembleia Legislativa (Alesc) e é uma promoção da Secretaria de Estado da Saúde (SES) por meio do Comitê Estadual de Atenção a Pessoas em Situação de Violências. O debate busca articular, nos municípios e nas regiões de saúde do estado, a ampliação do acesso à atenção qualificada de pessoas em situação de violência sexual. A oficina apoia-se na organização de redes integradas de atenção intra e intersetoriais.

A palestrante Simone Rodrigues, coordenadora da rede intersetorial de Blumenau, enfatizou que para fazer a rede funcionar é preciso derrubar barreiras burocráticas. "O sucesso do protocolo de atendimento virá do desprendimento corporativista e individual, aliado ao trabalho em equipe." No entendimento da coordenadora é preciso colocar-se na posição da vítima para aprimorar o fluxo de atendimento. "É muito importante preocupar-se com o itinerário pois a vítima irá passar por diversas instituições. Quanto mais curto o caminho, melhor para a pessoa."

A rede se organiza por cooperação e depende da comunicação efetiva e complementar entre as instituições de apoio. "O conceito de rede se refere a formas de organização e articulação baseadas na cooperação entre as organizações que se conhecem e reconhecem", explicou Simone. "O fundamental para quem está na coordenação é saber flexibilizar."

Para a criação da rede em Blumenau a coordenadora apresentou oito etapas que culminaram na sua estruturação. Inicialmente foram mapeados os serviços governamentais e não governamentais que atuam no cuidado integral. Em seguida foi estudado o fluxo da rede intersetorial. "Esta é uma etapa muito difícil, pois não existe uma porta de entrada única, é preciso identificar todas as possibilidades. O mais importante é que as portas estejam todas abertas e que a gente se comunique."

O passo seguinte foi a caracterização das instituições e dos serviços prestados por elas para a pactuação do fluxo. A formalização em atos normativos como leis e decretos foi apontada como essencial para a continuidade da prestação dos serviços e da organização, indo além de planos de governo e instituindo políticas públicas de atenção. A construção de alianças estratégias por meio de reuniões periódicas para afinar e aperfeiçoar os fluxos funcionam para a sensibilização e a captação de profissionais.

A articulação dos serviços das instituições também devem envolver, segundo Simone, instituições de ensino e pesquisa para que os dados produzidos pela rede possam ser lidos e aglutinados para estudo e sistematização. Quem faz esse papel no município é a Universidade Regional de Blumenau (Furb).

Todas estes processos foram desenvolvidos ao longo dos 14 anos de existência da rede, mas na opinião da coordenadora esta história de conquistas ainda está longe do ideal. "O próprio protocolo da rede de atendimento só foi assinado em 2010, depois de uma chamada feita pelo Ministério Público a todas as instituições envolvidas."

Primeiros cuidados
A segunda palestra da manhã tratou dos aspectos referentes ao tratamento e o protocolo de atendimento no setor da saúde de doenças sexualmente transmissíveis. O médico infectologista, Eduardo Campos de Oliveira, assessor técnico da Gerência Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, falou em sua participação da atualização do protocolo de assistência médica para o profissional da área da saúde frente a uma situação de violência. "Não focamos apenas na violência, mas em situações onde há exposição de risco ao HIV, a sífilis, a hepatite B e outras doenças de transmissão sexual."

O médico alertou para uma nova situação epidêmica de HIV e sífilis no estado. "Há toda uma preocupação na prevenção de um novo caso destas infecções em situações de exposição como estas. Daí, existirem protocolos de assistência imediata para redução do risco destas doenças nestas pessoas expostas".

Os protocolos, emitidos pelo Ministério da Saúde, têm abrangência nacional e são elaborados e divulgados sob responsabilidade do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis Aids e Hepatites Virais. A última atualização do protocolo, destacou Oliveira, traz um olhar diferente em relação aos anteriores. Esta versão do documento procura simplificar a abordagem de maneira que o profissional, esteja ele em uma unidade especializada de referência ou em uma unidade de menor complexidade, possa ter com esse instrumento a mesma facilidade, o mesmo olhar e as mesmas técnicas para serem aplicadas com o objetivo de obter os melhores resultados.

"Esta é uma área muito sensível onde, às vezes, nos deparamos com profissionais, ou não, sensibilizados para a gravidade do problema ou ainda tecnicamente não preparados." O médico ressaltou que capacitações como a que está ocorrendo são muito importantes para aprimorar cada vez mais o atendimento.


 

 

Giovanni Kalabaide
Agência AL

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