Obra literária resgata fatos biográficos de Euclides da Cunha
O livro “Euclides da Cunha – da glória literária à morte trágica”, lançado na noite de ontem (15), no Hall da Assembleia Legislativa de Santa Catarina reuniu amigos e familiares do autor e jornalista Aimberê Araken Machado. A obra traz uma análise do Rio de Janeiro na época das transformações realizadas pelo prefeito Pereira Passos, entre 1903 e 1906, revelando aos leitores fatos biográficos interessantes de Euclides da Cunha.
A respeito da morte trágica do escritor, o autor discute, com minúcias esclarecedoras e verídicas, o triste acontecimento de 15 de agosto de 1909, que ficou conhecido historicamente como a “Tragédia da Piedade”, por ter ocorrido no subúrbio da Piedade, no Rio de Janeiro. Em sua obra, Aimberê Machado aborda também o clássico “Os sertões”, de Euclides da Cunha, que tem como característica principal o regionalismo.
O trabalho aborda a figura do carioca Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, nascido em 20 de janeiro de 1866, no Cantagalo, passando sua infância em Teresópolis e São Fidélis, onde foi criado por tias, pois era órfão. Após alguns anos, ingressou na Escola Militar, da qual foi expulso por suas idéias republicanas que o levaram a desacatar o Ministro de Guerra, em 1888. Contudo, com a Proclamação da República, um ano após, Euclides voltou à Escola Superior de Guerra e formou-se em Engenharia Militar e Ciências Naturais.
Porém, as contestações de Euclides da Cunha às decisões republicanas fez ele se desligar totalmente da carreira militar, e em 1897, quando mudou-se do Rio para São Paulo, passou a fazer a cobertura da revolta de Canudos para o jornal O Estado de S. Paulo. Em “Os sertões”, a realidade do Nordeste brasileiro é retratada com fidelidade, na qual descreve as condições precárias de vida na região e os motivos pelos quais ocorreu o drama da Guerra de Canudos.
O sucesso de sua obra garantiu a ele uma posição na Academia Brasileira de Letras, em 1903. “Os sertões” é consagrado como referência na literatura e na sociologia para o estudo do sertanejo. (Tatiani Magalhães)
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