Número de motoristas flagrados por embriaguez cai em Santa Catarina
Em 2014 Santa Catarina apareceu em segundo lugar em número de acidentes de trânsito no país, com 18.178 ocorrências e 537 mortes, segundo o último relatório apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No período, o estado só ficou atrás de Minas Gerais, que possui a maior malha viária do país.
Em meio ao cenário ruim, entretanto, uma notícia positiva se sobressai: os acidentes nas rodovias catarinenses causados por embriaguez ao volante vêm diminuindo ano a ano. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o fato vem ocorrendo desde 2012, quando foram notificados 1.143 acidentes. Em 2013 o número passou para 1.021 e para 979 em 2014.
Um dos fatores determinantes para a redução, segundo o inspetor Luiz Graziano, chefe de comunicação da PRF de Santa Catarina, foi a entrada em vigor, em 2012, da Lei nº 12.760, que tornou mais rígidas as punições para o motorista que ingere bebida alcoólica antes de dirigir. “A multa aplicada nesses casos passou para R$ 1.915,30, valor que dobra caso o condutor for pego novamente nessa situação em um período de 12 meses.”
Na questão penal, disse, também foi aberta a possibilidade para que o policial encaminhe para enquadramento de crime de trânsito, os motoristas suspeitos de estarem sob influência de álcool ou entorpecentes. Neste caso, além dos tradicionais testes com etilômetro (bafômetro) e exames periciais e clínicos, passaram a ser admitidas como provas fotos, vídeos e testemunhos. “Vemos hoje que o aumento do rigor da lei fez com que os motoristas tivessem um pouco mais de cuidado, pensando nas consequências de seus atos.”
Outro ponto que pesou a favor do aumento da segurança nas estradas catarinenses, disse, foi a nova doutrina adotada pela PRF, que priorizou a fiscalização das situações que envolvem consumo de álcool, velocidade excessiva e ultrapassagem em local proibido, das quais a entidade constatou derivarem a maior parte dos acidentes.
De 2013 para 2014, a quantidade de multas por embriaguez variou de 2.973 para 2.725. Já as prisões pelo mesmo motivo, retrocederam de 875 para 643 no mesmo período. “Mesmo com acréscimo anual médio de 7% na frota de veículos, diminuiu em números absolutos as multas e prisões por embriaguez, o que é uma vitória.”
Mudanças nos registros
Outro ponto constatado nos dados referentes a 2014, foi a perda pela BR-101 do posto de estrada mais perigosa de Santa Catarina. “Pela primeira vez a BR-282 figurou nessa condição. Acreditamos que isto se deve não só ao aumento da movimentação na rodovia (que corta o estado de leste a oeste), mas também por ela não estar duplicada e contar com equipamentos de segurança como uma mureta central”, alertou Graziano.
Mudanças também foram constatadas no perfil dos motoristas pegos sob o efeito de álcool e no período em que as irregularidades acontecem. “A maioria dos casos envolve homens, na faixa entre os 25 e 35 anos, mas são cada vez mais frequentes as autuações de indivíduos fora dessa faixa etária, de motoristas de caminhões e de mulheres. As ocorrências antes quase que restritas às sextas e finais de semana, hoje também são comuns em todos os dias da semana.”
Agência AL