Novembro Dourado conscientiza sobre diagnóstico do câncer infantil
O câncer é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Para divulgar dados sobre a doença, formas de tratamento e a importância do diagnóstico precoce, desde 2008 é realizada, no penúltimo mês do ano, uma campanha nacional chamada de Novembro Dourado.
Os sinais e sintomas de câncer são diferentes nas crianças e podem ser confundidos com outras doenças pediátricas, de acordo com a pediatra Denise Bousfield da Silva, chefe do Serviço de Oncohematologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis. “A campanha Novembro Dourado é muito importante para que as pessoas saibam que o câncer infantil existe e que ele tem cura, se for detectado rapidamente”, reforça Denise.
O diagnóstico na fase inicial da doença pode ser determinante para a sobrevivência da criança, já que o câncer infantil têm um período de latência mais curto e prolifera mais rapidamente. Em contrapartida, a criança responde melhor ao tratamento quimioterápico. Nos casos em que a localização da patologia é determinada na fase inicial, o índice de cura alcança 74% no Hospital Infantil da Capital, muito semelhante ao de países desenvolvidos, que varia de 70% a 80%.
Os tipos de câncer mais comuns entre as crianças são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. Essas patologias do público infanto-juvenil representam entre 2% e 3% de todos os casos de câncer.
O HIGJ, referência estadual no tratamento de câncer infantil, atende cerca de 70% da demanda do estado – em torno de 100 novos casos por ano. O restante dos cerca de 130 a 140 casos novos anuais recebe atendimento em Blumenau, Joinville ou Criciúma.
Sintomas
A história clínica e o exame físico são os primeiros passos no processo de diagnóstico do câncer infantil, muitas vezes associado à história familiar e a fatores genéticos. Denise explica que, além de profissionais capacitados nas unidades de saúde, a detecção precoce do câncer infantil depende da observação dos pais, que devem estar atentos a sinais diferentes, tais como fortes dores de cabeça associadas a vômitos; febre prolongada sem infecção; mancha branca nos olhos; perda súbita de visão; estrabismo; protusão do globo ocular; aumento de volume do abdome e pelve, cabeça e pescoço, membros, testículos e glândulas. Perda de peso sem explicação, palidez, fadiga, manchas roxas pelo corpo, sangramentos e dores nos ossos ou articulações que façam a criança parar de brincar também devem ser observadas pelos pais. Os sinais neurológicos que merecem atenção estão relacionados ao desequilíbrio; alteração da marcha e da fala e perda de habilidades.
Agência AL