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29/06/2015 - 13h22min

Nível de endividamento dos brasileiros força ajuste nas contas domésticas

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Consultor econômico Jailon Giacomelli FOTOS: Fábio Queiroz/Agência AL

Estudo divulgado pelo Banco Central, em abril, revela que o nível de endividamento das famílias brasileiras atingiu um nível recorde nos últimos dez anos. Segundo os dados divulgados, 46,3% da renda das famílias está comprometida, principalmente com o pagamento de parcelas da casa própria.

Diante do cenário, ao qual também se somam juros e inflação elevados e perspectivas de retração da economia, especialistas em planejamento financeiro oferecem dicas sobre como manter as finanças equilibradas.

O consultor econômico Jailon Giacomelli recomenda que organização das contas domésticas comece por uma lista descrevendo todas as despesas e fontes de receita da pessoa. O ideal, afirmou, é que os gastos não fiquem além de 30% da renda. Outra medida importante, ensinou, é a criação de um fundo de reserva suficiente para a manutenção das despesas da pessoa ou da família por três ou quatro meses, caso ocorra alguma emergência. “Quem não está endividado, deve criar essa reserva de segurança, pois imprevistos acontecem a toda hora, como ser mandado embora do emprego ou mesmo problemas de saúde. Caso a pessoa realmente precise dispor desta quantia, os recursos devem ser repostos assim que possível.”

Para os que já estão endividados, ele recomenda a redução dos gastos ao máximo e a renegociação dos débitos. “A economia vale em tudo. Desde a luz acessa desnecessariamente, o chuveiro ligado mais tempo do que precisaria, até consumos que não sejam prioritários naquele momento. Paralelamente, deve-se entrar em contato com os credores para obter o maior desconto possível.”

Foi isto o que fez o empresário Reinoldo Hahmeyer, que há dez anos viu sua condição financeira degradar-se quando não teve aprovado um financiamento bancário para a construção da casa, quando a obra já estava em andamento. A situação coincidiu com a perda do emprego, o que o fez acumular uma dívida de aproximadamente R$ 100 mil.

A primeira atitude, disse, foi partir para a renegociação de todas as suas dívidas e o contingenciamento dos gastos. “Restringi ao máximo o meu consumo pessoal, direcionando todos os recursos de que dispunha para o pagamento dos credores com que tinha negociado.”

O procedimento, disse, permitiu quitar os passivos em cinco anos e retornar ao ramo empresarial como dono de uma floricultura. Atualmente, quando precisa comprar algo ele planeja para efetuar a operação à vista, ou no menor número de parcelas possível, evitando ao máximo o pagamento de juro. “O que aprendi é que, dentro dos problemas, existe a solução. Basta que foquemos em nossos objetivos.”

 

 

Alexandre Back
Agência AL

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