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04/07/2016 - 13h46min

Neurorreabilitação de adultos amplia o foco para atender também o cuidador

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Scheyla Nogueira, fisioterapeuta, chefe do setor de Neurorreabilitação de Adultos do CCR

O setor de Neurorreabilitação de Adultos (NRA) do Centro Catarinense de Reabilitação (CCR) ampliou o foco de atenção e agora também dá suporte ao cuidador. “Depois do choque geralmente as famílias se desestruturam, mas com o projeto ‘Cuidando de quem cuida’ o paciente fica mais aliviado, o cuidador e a família também, às vezes até acelerando o processo de reabilitação”, afirmou Scheyla Nogueira, fisioterapeuta, chefe do setor de Neurorreabilitação de Adultos do CCR, centro especializado no tratamento de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), doenças neurodegenerativas ou de acidentes com traumas cerebrais.

“O projeto me ajudou a olhar para o cuidador com outros olhos. Como paciente, não conseguia enxergar o lado dela, as dificuldades que ela estava passando”, explicou Geraldo de Souza Garcia (47), que perdeu a perna esquerda, os movimentos do braço esquerdo e grande parte da visão em um acidente de trânsito. “Aprendi que além de olhar para a pessoa que se está cuidando, é preciso olhar para a gente”, revelou Andrea Lorenzi, empresária, esposa e cuidadora de Geraldo.

Segundo Lorenzi, a mudança na rotina da família após o acidente foi drástica. “A pessoa de repente é outra e você tem de se ajustar. Mudou a maneira como estavávamos vivendo como família e casal. Fiquei muito perdida na época, mas o projeto abriu minha mente, me senti abraçada. Para quem está vivendo o trauma, o problema é muito difícil e solitário, mas aprendi a acreditar, a ter fé, o desespero passa e as coisas dão certo”, ensinou Andrea.

Para o enfermeiro e cuidador Fernando Bueno Vicentini, participar dos encontros é uma oportunidade para trocar experiências. “Eu tenho a técnica, mas aqui encontro experiências. No meu caso, um homem cuidando de uma mulher, aprendi que tinha um jeito para pentear o cabelo da minha paciente, um jeito para limpar e até para cortar as unhas”, contou Fernando, que passa 12 horas por dia, seis dias por semana, cuidando de dona Theresinha Guimarães Mathias (78).

Dona Therezinha sofre de Parkinson e há cerca de um ano e meio não consegue caminhar. Desde então contratou os serviços de Fernando. “Ele já era bom e se tornou ótimo. Melhorou o atendimento, o carinho, a atenção, chegou ao ponto de cortar minhas unhas e ainda fazer doces deliciosos”, contou Theresinha.

Uma iniciativa da Casa
Uma das idealizadoras do projeto “Cuidando de quem cuida”, a psicóloga Sônia Lacerda revelou à reportagem da Agência AL que o programa nasceu da experiência cotidiana do setor de Neurorreabilitação. “Nós escutávamos as queixas dos familiares, discutíamos quando o cuidador tinha de ficar mais próximo, quando devia deixar o paciente por conta, e a partir dessas experiências e da demanda das famílias nasceu o projeto”, explicou Sônia Lacerda.

Atualmente participam do projeto terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, médicos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. O próximo encontro está previsto para novembro e será aberto aos cuidadores (familiares ou profissionais de saúde) de pacientes com problemas neurofuncionais residentes na Grande Florianópolis. Mais informações através do telefone (48) 3221-9200, com o setor de Neurorreabilitação de Adultos (NRA).

Vítor Santos
Agência AL

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