Não há previsão para fim das fases 1 e 2 da vacinação contra Covid em SC
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL
Não há previsão para a conclusão das fases 1 e 2 da vacinação contra a Covid-19 em Santa Catarina, segundo informou secretário de Estado da Saúde nesta quarta-feira (10), durante sessão especial da Assembleia Legislativa.
“A velocidade da vacinação é dependente do fornecimento de vacinas, estou em busca de respostas, tenho agenda com o Ministério da Saúde para discutir o quantitativo para o estado, novas remessas, temos de acelerar, senão levaremos alguns meses para cumprir as fases iniciais”, reconheceu André Motta Ribeiro, que lamentou não ter “respostas sobre vacinas que estão para chegar”.
De acordo com o plano de vacinação da Secretaria de Estado da Saúde, a fase 1 abrange 426 mil pessoas e a fase 2, cerca de 844 mil, totalizando 1,2 milhão de catarinenses. A fase 1 compreende os trabalhadores da saúde, pessoas com mais de 75 anos, idosos em asilos e indígenas, enquanto a fase 2 está focada nas pessoas com mais de 60 anos.
Em contrapartida, o estado recebeu apenas 298 mil doses, quando seriam necessárias cerca de 900 mil para imunizar com duas doses os cidadãos incluídos na primeira fase.
De acordo com o secretário, já foram aplicadas 96.596 doses, 53,7% do total disponibilizado ao estado pelo Ministério da Saúde. O percentual, conforme explicou Ribeiro, excede os 50% porque o estado já aplica a segunda dose da Coronavac, que precisa ser ministrada 15 dias depois da primeira.
“Ontem começamos a aplicação da vacina para pessoas acima de 90 anos, essa decisão foi tomada com a participação de todos os municípios”, revelou o secretário, acrescentando que mais de 40% dos profissionais de saúde ainda não foram vacinados. “Os profissionais de saúde permanecem como prioridade, se houver sobras de vacinas de um grupo, tem de ser utilizadas entre profissionais de saúde, indígenas ou idosos”.
Divergência de percentuais
Respondendo a questionamento do deputado João Amin (PP), propositor da sessão espacial, Ribeiro ponderou que a diferença entre o percentual nacional (1,79%) de vacinados e o estadual (1,05%) se deve ao menor número de indígenas em Santa Catarina.
Vacinação dos profissionais da educação
Luciane Carminatti (PT) questionou o secretário sobre a possibilidade de vacinação dos profissionais de educação, dado o iminente retorno às aulas. Ribeiro informou que atualmente o quantitativo de vacinas não é suficiente para vacinar professores e servidores das escolas.
Compra de vacinas
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) e Ismael dos Santos (PSD) perguntaram sobre a possibilidade de o estado adquirir vacinas para imunizar a população. Ribeiro negou a possibilidade e afirmou que os produtores de vacinas priorizam o ente federal.
“Nenhum laboratório fecha acordo com estado algum sem a anuência do ente federal. Hoje os estados não estão liberados e, quando acontecer, que haja uma ação conjunta dos estados”, propôs o secretário.
Entretanto, Ribeiro enfatizou que Santa Catarina tem interesse em adquirir vacinas. “Os recursos permanecem disponíveis e no momento adequado teremos de lançar mão”, informou o secretário, referindo-se a cerca de R$ 300 mi anunciados como reservados para vacinas.
Quilombolas
Carminatti cobrou de Ribeiro por que os quilombolas, incluídos na primeira fase no plano nacional, não estão sendo vacinados.
“Eles estão previstos no segundo momento da fase 1, mas acolhida a necessidade, vamos fazer a discussão e começar a fazer a distribuição para este grupo prioritário”, garantiu Ribeiro.
Máscaras para crianças
Fernando Krelling (MDB) perguntou sobre o regramento para uso de máscaras pelas crianças, uma vez que a OMS antes indicava o uso para crianças acima de dois anos e agora sugere para acima de cinco anos.
“Estamos revendo as regras postas para ver como vamos assumir o uso de máscaras para crianças”, informou Ribeiro, indicando que a decisão será tomada nos próximos dias.
Sessão concorrida
Também fizeram questionamentos ao secretário os deputados Moacir Sopelsa (MDB), Kennedy Nunes (PSD), Marcius Machado (PL), Neodi Saretta (PT) e José Milton Scheffer (PP), líder do governo.
Agência AL