Na UFSC, fórum debate harmonia, integridade e ética
A Associação Senhora de Lourdes realiza, nesta quinta-feira (29), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Ellery Advogados, o 1º Fórum Harmonia, Integridade e Ética no Brasil, no auditório do Centro de Cultura e Eventos da universidade. Integralmente gratuito, com palestras doadas pelos palestrantes, o evento tem como objetivos propagar conhecimentos e ajudar a quem precisa.
“Nossa proposta é discutir esses temas que são tão atuais e estão tão esquecidos. Queremos relembrar esses conceitos”, explicou Kátia Ellery, uma das organizadoras. Segundo ela, a ajuda a quem precisa é traduzida na divulgação da Associação Senhora de Lourdes e na doação dos alimentos arrecadados na abertura para outras entidades filantrópicas.
No primeiro painel, a coordenação propôs um debate sobre a harmonia e a integridade no cenário jurídico brasileiro. O professor e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Walter Ramos da Costa Porta, foi convidado a falar sobre a ética no Brasil. Ele, que se autodenomina como “historiador do voto”, enfocou a evolução do sistema eleitoral no país. “Vota-se no Brasil há quase 500 anos. Diferentemente de todos esses países da América Latina, que só deram a possibilidade de voto no século 19, no Brasil já existiam eleições desde 1531, seguindo as chamadas ordenações do reino, para o que seriam hoje as câmaras de vereadores”, ensinou.
O professor explicou que o sistema eleitoral, tal como é conhecido atualmente, foi concebido por uma lei de 1935. O grande problema, na concepção dele, é que o brasileiro não sabe que se vota em primeiro lugar no partido político. Um voto de protesto no Tiririca, conforme exemplificou, acarretou a eleição de Valdemar da Costa Neto, um dos inventores do mensalão. “Mas aqui no Brasil, ninguém conhece a lista de candidatos. É preciso explicar amplamente para que esse voto constitucional faça sentido”, alertou.
No segundo módulo, o fórum vai abordar a ética como fator de desenvolvimento social, com um debate sobre a postura do agente na conduta dos atos, com a participação do subprocurador-geral do Trabalho, Otávio Brito Lopes, membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).