Na conferência da Unale, Parlasul debate integração de ferrovias
Além dos deputados estaduais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, a reunião do Parlasul, presidida pelo deputado Silvio Dreveck (PP), contou com a presença de parlamentares das províncias argentinas de Tucumán e Catamarca, que reafirmaram o compromisso com os brasileiros de lutar pelo corredor bioceânico, ligação ferroviária para viabilizar a exportação de produtos dos diversos países do Mercosul pelo porto de Antofagasta, no Chile. O encontro iniciou-se na manhã desta quarta-feira (22), em Recife (PE), durante a XVII Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais.
Convidado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) para realizar estudos sobre as ferrovias da Região Sul, o engenheiro civil Ricardo Saporiti enfatizou que a agricultura depende deste modal de transporte e apresentou o potencial dos cinco portos catarinenses: Navegantes, Itajaí, São Franciasco do Sul, Itapoá e Imbituba. "Com os novos investimentos do governo federal em ferrovias, precisamos mostrar a necessidade de interligação com os portos. O porto de Laguna, que hoje é pesqueiro, também pode ser beneficiado neste processo”.
Saporiti informou que Santa Catarina já solicitou ao governo federal estudo de viabilidade técnica e econômica para incluir Canoinhas e Três Barras, no que ele denominou de Parque Ferroviário do Contestado, nos investimentos que passam por Mafra, ligando cidades do Paraná e de São Paulo a Rio Grande (RS). Disse ainda que já há um consenso político quanto ao trecho entre Dionísio Cerqueira a um ponto próximo de Joaçaba, e que há duas alternativas: de Joaçaba a Itajaí por Rio do Sul, ou via Santa Cecília passando pelo Planalto Norte.
Argentina
Um vídeo do governo de Catamarca revelou o potencial econômico de seis províncias do centro-norte da Argentina. O empreendimento Paso Internacional de San Francisco será, conforme os deputados daquele país, a porta de entrada dos produtos do Mercosul no Chile, abrindo mercado pelo Oceano Pacífico para a Ásia e outros continentes com um custo bem menor.
Valec
O diretor de Planejamento da Valec, braço ferroviário do governo federal, Jair Galvão, fez uma explanação sobre obras em execução, investimentos previstos e outras como o Corredor Ferroviário de Santa Catarina. Conhecida popularmente como Ferrovia do Frango, a obra tem investimentos previstos de R$ 68, 7 milhões, 862 km de extensão, o estudo de viabilidade técnica e financeira estará pronto em abril de 2014, enquanto o projeto básico em junho de 2015.
Galvão frisou que a Valec está aberta a ouvir contribuições, como já ocorreu em Chapecó sobre a Ferrovia do Frango, e que a cidade do Oeste consta de um estudo e projeto para uma ferrovia até o porto de rio Grande. O dirigente lembrou aos parlamentares que as obras podem ser viabilizadas por intermédio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com recursos públicos, ou por concessão para exploração pela iniciativa privada.
Preocupação
O deputado Nilson Gonçalves (PSDB) demonstrou preocupação com o fato de que os investimentos previstos no PAC contemplam apenas o sentido norte-sul do Brasil. “Precisamos viabilizar a Ferrovia do Frango com destino a Itajaí e a outras cidades catarinenses, o que não acontece com estes projetos que só passam por Chapecó”
Atento às manifestações dos seus colegas argentinos sobre a importância do Corredor Bioceânico, o parlamentar lembrou da dificuldade em comercializar com este país. “Vamos propor uma reunião específica do Parlasul sobre a burocracia infernal do governo argentino”, desabafou.
Avanços
Para Silvio Dreveck, projetos em andamento demonstram um avanço na integração do sistema ferroviário dos quatro estados, porém é necessário dar mais celeridade para sua viabilização. “Vamos enviar um documento ao governo federal com as expectativas dos parlamentares dos estados que compõem o Parlasul. Hoje as concessões apresentadas proporcionam mais vantagens à iniciativa privada”.
O presidente do Parlasul destacou projetos como a Ferrovia Litorânea, com binários interligados aos portos de Paranaguá (PR), Imbituba e São Francisco do Sul. “Mas esta obra está em fase de projeto, temos que pressionar para que se torne uma realidade”.
Agência AL