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05/12/2016 - 15h20min

Museu do Judiciário abre mostra sobre os 100 anos do fim da Guerra do Contestado

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FOTO: Solon Soares/Agência AL

O Museu do Judiciário Catarinense, localizado no prédio do Tribunal de Justiça, exibe objetos, documentos e fotografias da Guerra do Contestado, travada principalmente no território reivindicado pela Argentina e que apenas em 1895 foi definitivamente declarado brasileiro, após o arbitramento do presidente dos EUA, Grover Cleveland. A partir de então essa imensa área foi disputada pelo Paraná e Santa Catarina, cujo acordo de limites foi homologado somente em 1917.

Entre os objetos expostos destaque para as armas da época, como o rifle de repetição Winchester e os facões de madeiras dos jagunços, como eram chamados os revoltosos. “Não damos a devida importância para a Guerra do Contestado”, admitiu o desembargador João Henrique Blasi, que ressaltou os documentos do Judiciário barriga-verde que integram a exposição, como o exemplar original do inquérito policial sobre a fuga e a morte de Adeodato Ramos, um dos últimos chefes dos jagunços.

Fotografias da época
Também integram a exposição cerca de duas dezenas de imagens captadas pelo sueco radicado no Brasil Claro Gustavo Jansson. O fotógrafo trabalhou para Companhia Lumber, empresa sediada em Três Barras, no Planalto Norte, que cortou, beneficiou e transportou para a Europa e EUA boa parte da floresta de araucárias e imbuias que os Carijós denominavam Bituruna.

“Essas fotos foram cedidas pela filha de Jansson, Doroty, que mora em Sorocoba. Fiz contato com ela e o filho e pedi se poderiam ceder o acervo. Aceitaram, mas condicionaram que fosse buscar”, revelou a historiadora Rosa Maria Tesser. Uma das imagens, talvez a mais icônica da guerra, mostra uma dúzia de jagunços com as suas armas. Apesar do retrato em preto e branco, salta aos olhos o predomínio de negros e pardos entre os habitantes do Contestado.

O Museu do Judiciário Catarinense fica na rua Álvaro Millen da Silveira, 208, na sala HS12, anexo do Tribunal de Justiça. Está aberto à visitação pública das 12 às 19h, de segunda à sexta-feira.

125 anos do TJSC
Paralelamente foi lançado o livro “Em meio às leis e pessoas”, de Adelson Brüggemann, que conta os 125 anos de história do Tribunal de Justiça, criado em 1891. “O livro é resultado de um trabalho em equipe”, explicou o historiador, acrescentando que além de documentos, a obra traz entrevistas com ex-presidentes e ex-servidores do TJSC.

 

 

Vítor Santos
Agência AL

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