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Mostra apresenta novos rumos para a aquicultura no estado
Criada para divulgar a atuação dos profissionais responsáveis pelo cultivo de organismos aquáticos, a cada ano a mostra do curso de Engenharia de Aquicultura da UFSC, chamado AQI na Rua, vem se destacando também como evento de difusão de novas tecnologias voltadas ao setor da produção de alimentos.
Neste ano, que marca a sua quarta edição, a mostra aconteceu no Largo da Catedral Metropolitana, no Centro de Florianópolis. Além de espécimes vivos, como peixes, moluscos, crustáceos e algas, bem como os materiais utilizados no cultivo, foram apresentadas as diversas linhas de pesquisas realizadas no curso. “O AQI na Rua é um projeto técnico-científico que iniciou em 2011, por iniciativa dos nossos estudantes, com o objetivo de divulgar a profissão. Atualmente o evento, que conta com o apoio de órgãos e entidades como MEC, Epagri e a Associação Catarinense de Aquicultura, procuramos também passar para a sociedade um pouco do que é feito no curso em termos de pesquisa e extensão”, destacou a professora Katt Regina Lapa.
Retomada da carcinicultura
Criado em 1984, dentro da estrutura do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, o curso de Engenharia de Aquicultura foi pioneiro no pais em seu gênero, sendo ainda hoje uma referência em qualidade de ensino e pesquisa, destacou Katt. “Mesmo após a criação de seis outros cursos de aquicultura e diversos outros de nível técnico, ainda hoje somos procurados por estudantes do país inteiro e também do exterior."
O motivo, afirmou, são a produção de ponta realizada pelos profissionais da instituição e que, ao longo do tempo, trouxeram novas perspectivas de renda e oferta de emprego para Santa Catarina. “Foram através das pesquisas realizadas no âmbito do Laboratório de Moluscos que foram difundidas as técnicas que possibilitaram a Santa Catarina alcançar o posto de principal produtora de ostras e mexilhões no país”, frisou.
Mesmo sendo atualmente o maior produtor nacional de pescados, com 150 mil toneladas ao ano, Santa Catarina, destaca a professora, tem no cultivo de animais aquáticos um segmento estratégico. “Nossa produção pesqueira está estagnada há anos, enquanto o setor de cultivo apresenta crescimento contínuo de produção."
Atualmente um dos estudos mais promissores, disse, está relacionado às novas técnicas aplicadas ao cultivo de camarões em cativeiro (carcinicultura). O estado, que já chegou a produzir 3.2 mil toneladas do produto, por meio de 62 empreendimentos, viu sua produção despencar a partir de 2003, com a propagação do vírus da mancha branca. “Estamos desenvolvendo outro tipo de produção, com espécies de água salgada, mais resistentes a enfermidades."
Outro atrativo também é a produtividade. "Hoje trabalhamos com até 400 animais por metro cúbico de água, quantidade muito superior aos 30 de antigamente. Esse novo modelo, denominado superintensivo, que prevê a reutilização da água dos tanques de cultivo, ainda depende, entretanto, de avaliação da viabilidade financeira para ser adotada em empreendimentos privados."
De modo geral, a aquicultura, acrescentou, tem a vantagem de favorecer o desenvolvimento sustentável, ao conciliar crescimento da produção com a preservação ambiental. “O próprio produtor vira um aliado da ecologia, ao auxiliar a fiscalizar a pureza da água que utiliza para sua produção."
Apresentação em escolas
Já realizada em Gaspar, no início deste ano, o projeto AQI na Rua deve fechar 2014 com apresentações mais dois municípios, das regiões Sul e Vale do Itajaí e Sul. Na sequência, destacou Katt, a intenção dos organizadores, é levar a mostra também para escolas de ensino médio. “Estamos abertos às unidades de ensino interessadas em participar do projeto, que pode ser solicitado diretamente pelo nosso site, http://aqinarua.ufsc.br."
Agência AL
