17/05/2010 - 15h33min
Morro da Fumaça debate bullying escolar
Pais, educadores e autoridades discutiram, dia 14, formas de prevenção ao bullying escolar. Centenas de pessoas participaram de duas palestras promovidas pela Escola do Legislativo, no município de Morro da Fumaça. O presidente da Escola do Legislativo, deputado Joares Ponticelli (PP), afirmou, na ocasião, que o debate fortalece a lei. “É visível que a aplicação da legislação já esta produzindo resultados como a identificação do problema, ações proativas e um combate efetivo”, enumerou.
Doutoranda em Ciências da Educação e vice-presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar, Cléo Fante explicou em sua palestra que o bullying pode acontecer em qualquer contexto social, desde escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e até mesmo em locais de trabalho. Porém, é no contexto escolar que o problema está concentrado.
Cada vez mais próximo da sociedade, Cléo acrescenta que o bullying já registrou casos em escolas das redes públicas e privada e até mesmo com crianças de três e quatro anos, ainda no ensino infantil. Para ela, essa violência, cada vez mais inserida no cenário escolar, exige atenção dos educadores e pais, evitando prejuízos à parte física ou psicológica de uma criança. “Entre os prejuízos mais comuns às vítimas desse tipo de agressão, estão a dificuldade de aprendizado, no desenvolvimento do processo de socialização e alteração na saúde mental e emocional”, lamentou.
Para enfrentar o bullying, a especialista recomendou conhecimento, capacitação profissional e discussão do tema junto à comunidade escolar numa busca de soluções conjuntas. A maneira de intervir é através da identificação de casos e suas causas. “O bullying é uma prática de exclusão social, onde os principais alvos costumam ser pessoas mais retraídas e inseguras. Essas características acabam fazendo com que elas não peçam ajuda e em geral se sintam desamparadas, encontrando dificuldades de aceitação.”, acrescentou
Pesquisa
Na condição de palestrante, Marlos Gonçalves Terêncio, psicólogo do Centro Operacional de Apoio à Infância e à Juventude, do Ministério Público Estadual (MPE) falou sobre a campanha “Bullying, isto não é brincadeira\". A partir de um conjunto de material educativo composto por cartazes, folderes, vídeos, marcadores de paginas e gibis, Marlos informou que o MPE em parceria com outras instituições, como a Assembleia Legislativa e Poder Executivo, vem atuando para para evitar que crianças e adolescentes continuem sendo vítimas do bullying. “O material esta sendo repassado aos 700 mil alunos da rede pública estadual, a partir das 36 Gerências Regionais de Educação (GRE)”, informou.
Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em 2009 pelo IBGE, ouviu 60.973 estudantes da 9ª série do ensino fundamental em escolas públicas e privadas de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal. Destes, cerca de 30,8% se disseram vítimas de bullying de forma ocasional ou frequente.
De acordo com Marlos, a pesquisa revelou que os alunos de escolas privadas são os que mais sofrem esse tipo de violência: 35,5% do total. Os estudantes da rede pública representam 29,5%. (Tatiani Magalhães/Divulgação Alesc)