Moção de aplauso a Ângela Bastos provoca debate sobre jornalismo ambiental
Ao abrir os trabalhos do mês do meio ambiente e no Dia da Imprensa, o deputado Marquito (Psol) entregou, de forma virtual, na tarde desta quinta-feira (1º), moção de aplauso à jornalista Ângela Bastos, autora da reportagem especial “Originários SC: a voz dos herdeiros da terra”.
O parlamentar afirmou que o país passa por um momento de ataque violento e frontal aos povos originários. “Temos uma dívida histórica com os povos originários e a Ângela, com poesia e um faro jornalístico aprofundado, nos brindou com esta produção. Recentemente, mostrei um dos capítulos na sessão ordinária da Casa.”
Marquito lembrou que no dia 7 de junho o Supremo Tribunal Federal (STF) vai deliberar sobre o Marco Temporal. “O debate sobre o jornalismo ambiental se faz necessário neste momento histórico. Poucas vozes têm trazido luz ao tema e muitos jornalistas estão sendo perseguidos e criminalizados, o que tem custado as suas próprias vidas.”
Ao declarar que está tensa com a decisão que virá de Brasília, classificando o Marco Temporal como uma tragédia para as comunidades indígenas, Ângela agradeceu a homenagem e disse que as questões ambientais e climáticas tomaram conta do noticiário internacional.
Com 30 anos de profissão e ganhadora de prêmios de jornalismo Helder Câmera e Vladimir Herzog, entre outros, de repercussão nacional, ela nomeou cada um dos colegas de trabalho presentes à homenagem.
Jornalismo ambiental
Na mediação da jornalista Anita Martins, do mandato de Marquito, acompanharam Ângela nas discussões o repórter da Info Amazônia, Fábio Bispo, e Ana Carolina Dionísio, jornalista da ong Cepagro.
Conhecido pela atuação no jornalismo investigativo, Bispo tem se dedicado nos últimos meses à cobertura dos conflitos em terras indígenas envolvendo garimpeiros, mineradoras e áreas para pastagem. “No rio Mutuca, afluente do Madeira, no Pará, acompanhei a agonia do povo Mura, acuado pela exploração de potássio de uma mineradora canadense. O Marco Temporal vai privilegiar grandes grupos econômicos. Perguntam de que lado o jornalismo se posiciona. O jornalismo está no lado da vida.”
Ana Carolina pregou por uma grande mobilização contra o Marco Temporal. “Nós que trabalhos na comunicação agroecológica, pela segurança alimentar e nutricional de comunidades rurais e urbanas, combatemos os agrotóxicos, o veneno, por isso pregamos uma produção que conserve o solo e as fontes de água."
Prestigiaram também o ato e o debate a presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), Debora Almada, e a procuradora da Justiça Federal em SC, Ana Lúcia Hartmann.
Agência AL