Menos de um terço dos jovens entre 16 e 17 anos está apto a votar em SC
Menos de um terço dos jovens entre 16 e 17 anos, cujo voto é facultativo, votará nas eleições municipais de outubro em Santa Catarina. De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SC), 65.049 jovens com 16 e 17 estão aptos a votar no estado. Segundo o IBGE, em 2010 havia 214 mil jovens nessa faixa etária, três vezes mais que os atuais eleitores cadastrados com 16 e 17 anos.
“Não me sinto preparado para votar”, justificou Israel Gabriel Cardeluto (16), aluno do 3º ano do Colégio Estadual Henrique Stodieck, de Florianópolis. De acordo com o estudante, falta-lhe preparo para identificar um bom candidato. “Não tenho informação para tomar a decisão correta”, avaliou o jovem. Outro aluno do Henrique Stodieck, Mackyan Alisson dos Santos (17), também não vai votar em outubro. “Não fiz o título”, informou.
TRE/SC atento à desmotivação
O Tribunal Regional Eleitoral está atento à desmotivação dos jovens e começou a interagir com os estudantes. A forma encontrada foi convidar turmas de alunos para, descontraidamente, debater sobre a importância do voto, tanto na capital quanto no interior. “Vocês são eleitores de amanhã, alguns de hoje, têm na mão e na consciência a capacidade de transformar o Brasil em uma pátria melhor, espantando da vida pública atos que entristecem o cidadão”, declarou o desembargador César Abreu, presidente do TRE, durante o diálogo com os estudantes do Colégio Henrique Stodieck, realizado na tarde dessa quinta-feira (11), na sala de julgamentos do tribunal.
Abreu explicou que o TRE é um espaço de interação com a comunidade e exortou os adolescentes a exercerem a cidadania e valorizarem a democracia. “É preciso conhecer os candidatos, conhecer as pessoas que se oferecem para nos representar, acompanhar o trabalho depois de eleitas, cobrar as promessas, algumas sem possibilidade de serem cumpridas por causa da realidade financeira dos municípios”, alertou o desembargador.
Israel Gabriel Cardeluto elogiou a iniciativa do TRE, mas cobrou ações mais frequentes da Justiça Eleitoral e discussão nas escolas. “Nós não temos acesso, não vemos isso na escola”, informou o aluno. Já Mackyan Alisson dos Santos admitiu que se tivesse participado de debate sobre cidadania e democracia quando tinha 15 anos teria feito o título aos 16. “Agora vou fazer, é importante”, opinou.
Agência AL