Marinha busca apoio para instalar agência da Capitania dos Portos no Oeste
Durante a reunião da Bancada do Oeste, na manhã desta terça-feira (16), a Marinha do Brasil pediu apoio da Assembleia Legislativa para sensibilizar o Fórum Parlamentar Catarinense em Brasília. O objetivo é garantir R$ 4 milhões para a construção de uma agência da Capitania dos Portos na cidade de Chapecó.
O capitão dos portos de Santa Catarina, capitão de Mar e Guerra Alexandre Lopes Vianna de Souza, informou que a prefeitura já disponibilizou um terreno no bairro Santos Dummont e que a Marinha vai bancar a edificação das casas para receber os 30 militares que devem ser deslocados para Chapecó. Mas faltam ainda os recursos para instalação da agência.
Segundo a deputada Marlene Fengler (PSD), coordenadora da bancada, o assunto é considerado de grande interesse tanto para o Oeste quanto para o Extremo-Oeste do Estado. “Temos diversas represas, temos as balsas que atravessam nossos rios. A presença da Marinha lá vai significar uma fiscalização mais ampla e mais segurança”, avaliou.
O vice-presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), considerou que outra possibilidade para levantar recursos é buscar a participação da iniciativa privada. "Temos duas usinas hidrelétricas na área que, certamente, têm grande interesse no assunto", comentou.
A Marinha tem responsabilidade por meio das capitanias dos portos zelar pela segurança do tráfego aquaviário e pelas vidas das pessoas que utilizam embarcações como meio de subsistência ou para esporte e lazer. “No Oeste catarinense há grandes espelhos de água que permitem isso. Assim, nossa presença lá é fundamental para a salvaguarda da vida das pessoas”, argumentou Vianna, que estima um total entre 400 e 500 embarcações na região.
De acordo com ele, a Marinha terá ao menos duas embarcações de casco semirrígido para patrulhamento e jet skis para salvamento. Outra vantagem da agência em Chapecó está na facilidade para a realização dos cursos profissionalizantes para condutores de balsas e barcos, bem como a habilitação para quem tem jet skis. Atualmente, tudo é feito em Itajaí. Em função disso, avaliou a deputada Luciane Carminatti (PT), existe “uma grande possibilidade de que muita gente utilize os veículos de modo irregular.”
O capitão dos portos alegou que a intenção não é coibir as atividades náuticas, mas de educar os usuários. “Hoje o que se faz são visitas ao Oeste. Mas há o problema com os 600 quilômetros de deslocamento, levar pessoal, caminhão para conduzir uma embarcação. É fundamental resolvermos isso antes que aconteça uma tragédia”, disse o militar. No verão o risco se agrava, pois ocorre o aumento de atividades nos rios e hidrelétricas, mas o movimento é muito maior no litoral, algo que na prática impede uma ação efetiva por parte da Marinha no Oeste.
Carminatti lembrou que três deputados federais são do Oeste – Caroline de Toni (PSL), Celso Maldaner (MDB) e Pedro Uczai (PT) – e que outros também atuam na região. Isso, na avaliação dela, já facilitaria a indicação de emendas pessoais destes parlamentares. A deputada Marlene Fengler destacou ainda que o valor não é tão elevado para os 16 deputados federais e três senadores, que poderiam apresentar uma emenda coletiva.
Uma reunião na próxima segunda-feira (22), em Florianópolis, deve ser agendada com a bancada federal para apresentar a questão.