Maior tragédia rodoviária do estado ganha destaque no Plenário
O acidente que vitimou 51 cidadãos catarinenses e paranaenses na Serra Dona Francisca, próximo de Joinville, na noite de sábado (14), ganhou destaque nos debates da sessão da tarde desta terça-feira (17) da Assembleia Legislativa. “Essa tragédia marcou a comunidade e as famílias de União da Vitória e de Porto União”, afirmou Antonio Aguiar (PMDB), que cobrou a atuação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pela fiscalização do transporte de pessoas nas estradas.
Aguiar também criticou a decisão do governo federal, que diante da greve dos caminhoneiros flexibilizou o chamado excesso de peso. “Virão outras tragédias em nossas rodovias”, avisou Aguiar, referindo-se ao desgaste acelerado das rodovias causados pelo peso excessivo. “Aumentar o excesso de peso em 10% é o mesmo que uma prefeitura aumentar o gabarito dos prédios em mais um andar sem que o processo estrutural seja revisto”, comparou Aguiar.
Maurício Eskudlark (PSD) lembrou que o estado tem topografia acidentada. “Os veículos de transporte coletivo devem ter cuidado”, avisou Eskudlark, ponderando que a fiscalização precisa verificar se o veículo tem condições de funcionamento e se o motorista está descansado. “O acidente foi na penúltima curva da descida”, lamentou Eskudlark.
Darci de Matos (PSD) classificou o acidente de catastrófico e contou que transita pelo local semanalmente. “O Brasil é o país que mais mata no trânsito, perdi dois irmãos em acidentes, por isso quero me juntar ao momento de luto da população de Porto União e de União da Vitória, dos familiares, e enaltecer os profissionais que socorreram os acidentados”, declarou Darci.
Fernando Coruja (PMDB) questionou a investigação das causas do acidente e pediu tratamento idêntico ao dado aos acidentes aéreos, cujas causas são investigadas criteriosamente. “Nos acidentes aéreos se procura meses e meses pela caixa-preta para identificar as causas. Agora compare o que acontece com os acidentes rodoviários, é muito diferente”, criticou Coruja, que sugeriu a criação de um fórum parlamentar para estudar mudanças na legislação que rege o transporte rodoviário de pessoas.
Enaltecendo o governador
Leonel Pavan (PSDB) enalteceu a decisão do governador Raimundo Colombo de assinar convênio para o alargamento do canal dos portos de Navegantes e Itajaí.
“Ontem fui em um ato em que o governador estava presente, em Itajaí, quero enaltecer o governador, ele cumpriu o compromisso com os portos de Itajaí e Navegantes e com o setor produtivo”, afirmou Pavan.
Segundo o representante de Balneário Camboriú, serão gastos R$ 104 milhões do caixa do Executivo estadual. Maurício Eskudlark também elogiou Colombo e lembrou que atualmente os dois portos têm capacidade para embarcações com até 305 metros de comprimento. “Depois poderá receber embarcações com 335 metros”, prognosticou Eskudlark.
Voz das ruas
Fernando Coruja (PMDB) destacou as manifestações de rua ocorridas na sexta-feira (13) e domingo (15). “Foram movimentos pacíficos, claro existe uma crise muito grave, mas é preciso encontrar caminhos, porque se não encontrarmos teremos um futuro difícil no curto e médio prazos”, avaliou Coruja, que cobrou do governo federal uma resposta para a crise. “Muda a legislação, muda a forma de administrar ou muda forma de gastar os recursos”, sugeriu o representante de Lages.
Darci de Matos lembrou Ulysses Guimarães, que repetia que “a única coisa que mete medo em político é o povo na rua”. Segundo Darci, as pessoas que foram às ruas domingo não têm vínculos partidários. “Eram jovens, crianças, trabalhadores, empresários, todos clamando por uma nova postura dos políticos e se posicionando contra a corrupção”, resumiu o deputado.
Dirceu Dresch (PT) ressaltou as manifestações e defendeu a reforma política. Segundo o representante de Saudades, atualmente o Partido dos Trabalhadores mantém um “debate ousado” com os movimentos sociais, a OAB e a CNBB objetivando reformar o cenário político nacional. “Defendemos inclusive uma constituinte específica para a reforma política, temos dificuldades para entender por que o Congresso Nacional faria uma reforma política profunda”, avaliou Dresch.
Ana Paula Lima (PT) utilizou uma metáfora da física para explicar a conjuntura atual. “A física admite o equilíbrio para todas as coisas, mas a mudança é a única certeza. Assim, o equilíbrio é instável, qualquer perturbação desiquilibra, mas depois volta à estabilidade”, apostou Ana Paula, que creditou à insatisfação, ao inconformismo e à inquietação com a crise econômica e política a participação popular nas manifestações de domingo.
Ismael dos Santos (PSD) também repercutiu as manifestações país afora e cobrou responsabilidade dos gestores do país. Para Ismael, os brasileiros reivindicam um país mais digno. “O futuro estará abertos àqueles que têm as mãos limpas, caráter e cérebro”, finalizou o representante de Blumenau.
Centro de inovação
Gean Loureiro (PMDB) fez um raio x da situação dos centros de inovação, que estão sendo implantados pelo governo em parceria com universidades e empresas. Segundo Loureiro, dos 13 centros previstos, seis estão em construção – Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Lages, Tubarão, Joaçaba e Chapecó. Em Itajaí e Blumenau as obras estão iniciando e para Rio do Sul e Brusque os recursos estão garantidos.
Já no caso de Joinville e Florianópolis, segundo Loureiro, será preciso somar as forças do governo e das empresas para a implantação dos centros. Além disso, o parlamentar lembrou que esses centros necessitarão de mobiliário, equipamentos e equipes capacitadas. “A estrutura física é importante, mas nesses centros é a inteligência que será trabalhada”, definiu Loureiro.
50 anos da Univille
Silvio Dreveck (PP) destacou a passagem de 50 anos de fundação da Univille. “Foi uma grande festa. Foram homenageados ex-reitores, a atual reitora, professora Sandra Furlan, os primeiros professores e os primeiros alunos”, relatou Dreveck. Para o líder do governo, a Univille deu uma grande contribuição para o desenvolvimento, não só de Joinville e São Bento do Sul, mas de Santa Catarina e do Brasil. “É uma herança que ninguém vai perder, o saber permanece”, sublinhou Dreveck.
Kennedy Nunes (PSD), em aparte, lembrou que Dreveck, quando prefeito de São Bento do Sul, não mediu esforços para atrair um campi da Univille para o município. “Quando foi prefeito Vossa Excelência se envolveu nesse processo, viu a necessidade de ter um campi em São Bento do Sul”, afirmou o deputado.
Kennedy fez um elogio à universidade, comparando-a à mulher de meia idade. “Parece uma mulher bonita, inteligente, que tem um sorriso perfeito, que cuida do corpo e que ao passar as pessoas dizem ‘nossa, que mulher bonita, ela tem cinquenta anos, quero chegar nos cinquenta igual a ela’. A Univille tem filhos com cabelos brancos, mas chega moderna aos 50 anos”, definiu Kennedy.
Maior camiseta do mundo
Kennedy Nunes elogiou a iniciativa do empresário Rogério Tomaz Corrêa, da empresa Equilibrios, de Navegantes, que produziu a maior camiseta do mundo, com direito a registro no Guinness Book. Segundo Kennedy, a camiseta consumiu 2,8 mil quilos de algodão e 30 mil garrafas pet.
“Tem um viés ambiental e um social”, informou o deputado, aludindo ao uso das garrafas pet e ao destino dado a camiseta, que foi transformada em cerca de 10 mil camisetas. “Foram produzidas para serem vendidas pela Rede de Combate ao Câncer, o lucro da venda ficará com a rede”, aplaudiu Kennedy.
Pastor Pedro Cardoso
Kennedy Nunes lamentou a morte do pastor Pedro Cardoso (82), ocorrida neste domingo. “Foi presidente da Assembleia de Deus de Florianópolis e de São José”, lembrou o representante de Joinville. “Conheço os filhos do pastor, crescemos juntos, nossos sentimentos de condolências à família”, registrou o parlamentar.
Artigo 170
Mário Marcondes (PR) anunciou na tribuna quer protocolou projeto de lei modificando a distribuição dos recursos oriundos do Artigo 170, ou seja, das bolsas de estudos concedidas a alunos carentes. Marcondes defendeu a inclusão das instituições de ensino públicas criadas e mantidas pelos municípios, além das universidades do sistema Acafe. “Ocorre que alguns municípios como São José e Palhoça criaram faculdades municipais, que são gratuitas. As administrações assumem os custos, mas este esforço deve ser reconhecido pelo estado”, proclamou Marcondes.
BR-101
Manoel Mota (PMDB) sugeriu a criação de uma CPI para investigar as obras da BR-101. “Vamos criar uma comissão aqui no parlamento para fiscalizar a questão da BR-101, não podemos admitir que uma obra que não foi entregue tenha buraco em toda região, uma obra reformada uma, duas, três vezes”, criticou Mota.
Segundo o representante de Araranguá, uma CPI investigaria como foram investidos os recursos. “O projeto é de primeiro mundo, mas a obra é de décimo mundo”, revelou Mota, que questionou o papel da empresa contratada para fiscaliza. “O que essa empresa fez que temos uma obra de péssima qualidade”, perguntou o deputado.
Dia 17 de março na história catarinense
1836 – O governo da Província estruturou o Estabelecimento Tipográfico Oficial, sob o comando de Domingos Dias de Sousa Medeiros e com os tipógrafos Maximiniano Gomes Ribeiro e Teodoro Amador.
1856 – Resolução nº 104, desta data, aprovou autorização já concedida a José Maria da Luz para erguer em Desterro a capela de São Sebastião da Praia de Fora.
Agência AL