Mafra incluiu no Orçamento para 2014 a implantação do esgoto sanitário

Audiência Pública do Orçamento Regionalizado em Mafra. Foto: Miriam Zomer

Os participantes da vigésima sexta audiência pública do Orçamento Regionalizado, realizada na cidade de Mafra, decidiram, por unanimidade,  incluir no Orçamento para 2014 a implantação do esgoto sanitário no município, bem como a construção do contorno viário da SC-114, em Itaiópolis, e a implantação de uma Central de Abastecimento de Alimentos (Ceasa) na SDR de Mafra.

Além disso, Gilmar Knaesel (PSDB), presidente da Comissão de Finanças e Tributação, assumiu o compromisso de, no caso do Executivo encaminhar ao Legislativo alterações ao Plano Plurianual (2012-2015), incluir no PPA o asfaltamento da estrada que liga o bairro Restinga, em Mafra, à BR-280.

Essas prioridades foram definidas durante audiência pública realizada na noite desta segunda-feira (24), no Plenário da Câmara de Vereadores local.

A audiência pública
Knaesel agradeceu a parceria da Câmara de Vereadores de Mafra, que adiou reunião ordinária da noite desta segunda-feira para ceder o Plenário Vereador Alaumi Mathias do Santos para a realização da audiência pública do OR. O parlamentar destacou o espírito do Orçamento Regionalizado, que permitiu que “parte do Orçamento pudesse ser discutido em audiências públicas, com os líderes regionais definindo as prioridades orçamentárias”.

O prefeito de Mafra, Roberto Agenor Scholze, destacou a participação popular na elaboração dos orçamentos. O prefeito argumentou que a região precisa de gás natural para desenvolver seu parque industrial e afirmou que o melhor caminho para trazer o gás é através do Paraná, uma vez que o gasoduto chega até cidade de Lapa, distante 50 km de Mafra.

Scholze ainda reivindicou a adequação do aeroporto, abandonado com o passar dos anos, bem como recursos para aquisição de mobiliário para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O presidente da Câmara Municipal, Vicente Saliba, elogiou a iniciativa do Poder Legislativo barriga verde e reivindicou tratamento especial para a região. “Queremos ser lembrados com incentivos diferenciados”, declarou.

O presidente da Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina (Ahesc), Dario Clair Staczuk, criticou o que chamou de distorção flagrante e injusta. De acordo o presidente da Ahesc, “80% dos recursos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) vão para 20% dos hospitais públicos. E apenas 20% do Orçamento da SES é destinado aos 180 hospitais filantrópicos, que representam 80% dos atendimentos do SUS”.

Dario afirmou em tom de desabafo que os hospitais sobrevivem graças à caridade das comunidades. “Essa disparidade compromete a sobrevivência dos hospitais filantrópicos. Pelo visto, a Serra é muito íngreme e é difícil os recursos subirem. Mas se os recursos não subirem, os pacientes continuarão descendo em direção a Joinville e Florianópolis”, previu o presidente da Ahesc.

Silvio Dreveck (PP) afirmou que o debate é importante, “mas também é importante o governo executar as emendas priorizadas pela região”. Antonio Aguiar (PMDB) hipotecou apoio às emendas elencadas na audiência pública. “Quando passamos pelo Litoral dá até uma depressão ver tantas empresas se instalando e aqui só temos a vocação agrícola. Mas queremos agregar valor aos produtos primários”, defendeu.

Dirceu Dresch (PT) afirmou que o OR é um instrumento para democratizar o acesso da população às políticas públicas, bem como desenvolver as regiões empobrecidas. Para o parlamentar, “a sociedade não está se sentindo contemplada pelas políticas públicas locais, estaduais e nacionais e por isso está nas ruas”.

Participação da região de Mafra
Prestigiaram a audiência pública prefeitos, vices, vereadores, secretários municipais, empresários e líderes comunitários da região de Mafra, além de representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, das secretarias da Fazenda e do Planejamento, da Secretaria Regional de Mafra, da Maternidade Catarina Kuss, da Associação dos Hospitais do Estado de Santa Catarina e do Grupo de Trabalho Pró-Mafra.