Livro que resgata a história da Colônia Nova Ericeira será lançado em Florianópolis

Em fevereiro de 1818, um dos primeiros atos do então novo rei de Portugal, Dom João VI, foi a criação de um empreendimento pesqueiro no Sul do Brasil. Nascia assim a Colônia Nova Ericeira, título da obra do jornalista Rogério Pinheiro Leal Nunes. O livro tem seu lançamento marcado para a próxima terça-feira (11), no hall de entrada da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, às 19 horas. Versões da obra em braile e áudio também vão ser lançadas no mesmo dia pelo autor. O evento conta com apoio cultural da Gomes da Costa (GDC) e da Associação de Deficientes Visuais de Itajaí e Região (Advir). O livro conta a trajetória de dez famílias descendentes dos colonos vindos da Ericeira (Portugal) nos últimos 191 anos. São nove histórias ambientadas nas cidades catarinenses de Itajaí (1945), Bombinhas (1904, 1980 e 2007), Porto Belo (1818 e 1949), Navegantes (1947 e 2008), a paulista Santos (1955), a gaúcha Rio Grande (1975) e a portuguesa Ericeira (1818). O livro traz ao leitor personagens que vão do simples pescador a figuras históricas como Dom João VI e o general francês Jean-Andoche Junot, braço direito de Napoleão Bonaparte. A Colônia Nova Ericeira foi criada por ordem de Dom João VI, em 1818, na Enseada das Garoupas, hoje a cidade de Porto Belo (SC). Ao todo cerca de 300 famílias, a maioria formada por pescadores, vieram da freguesia da Ericeira, distante 40 quilômetros de Lisboa. Fizeram parte da colônia as cidades de Balneário Camboriú, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos (Ganchos), Itajaí, Itapema, Navegantes, Porto Belo e Tijucas. Segundo Rogério Pinheiro, a Colônia Nova Ericeira questiona a presença açoriana em parte do litoral de Santa Catarina. “De Governador Celso Ramos a Itajaí, a maioria da população com descendência portuguesa é de origem no continente, e não no Arquipélago dos Açores, como é divulgado hoje. Pesquisei mais de 8 mil documentos (óbitos, casamentos, nascimentos e batizados), entre 1814 a 1930. Com base nesses mesmos documentos, pelo menos 80% da população portuguesa tinha origem na Ericeira e outras cidades do continente português”, explica o jornalista. Braile e Audiolivro Para dar acesso à informação a todas as pessoas, o livro ganhou versões em braile e audiolivro. Exemplares em braile serão distribuídos, gratuitamente, entre associações e entidades que defendem os interesses dos deficientes visuais da Grande Florianópolis. Para quem não domina a leitura em braile serão distribuídos CDs com audiolivros. Estima-se que em Santa Catarina, 200 mil pessoas sejam deficientes visuais ou tenham baixa visão. Exposição Além do livro, uma exposição também será lançada em Florianópolis. A exposição A Nova Ericeira conta com fotos atuais e antigas e objetos antigos sobre a pesca catarinense. A mostra estará montada no hall de entrada da Assembleia Legislativa, de 12 a 14 maio, das 8 às 19 horas. Desde dezembro de 2009, a exposição já passou por Navegantes, Itajaí, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Balneário Camboriú, Tijucas e Governador Celso Ramos (Ganchos). A Colônia Nova Ericeira é considerada oficialmente o 1º empreendimento pesqueiro do Brasil. Serviço Lançamento do Livro e da exposição “A Nova Ericeira” Data: 11/05/2010 Horário: 19 horas Local: Hall de entrada da Assembleia Legislativa de Santa Catarina A Nova Ericeira Autor: Rogério Pinheiro Leal Nunes Editora: Nova Letra Quanto: R$ 15 (210 págs.)