Lista tríplice para delegado-geral e votos de presídio são destaques da sessão
A possibilidade do delegado-geral da Polícia Civil ser escolhido pelo governador a partir de uma lista tríplice e os votos dos detentos do presídio Santa Augusta, de Criciúma, foram os destaques da sessão desta quarta-feira (31) da Assembleia Legislativa.
“Estou falando de limpar a pauta, fazendo com que nossos projetos sejam encaminhados, aprovados ou não, projetos que estão há quatro anos esperando parecer e decisão, como a lista tríplice para chefe de polícia. São Paulo está fazendo e nós aqui de repente não teremos esta oportunidade”, ponderou Leonel Pavan (PSDB).
Mauricio Eskudlark (PR), em aparte, discordou da proposta.
“Tenho pensamento diferente, mas respeito e parabenizo-o pela iniciativa”, afirmou Eskudlark, que já chefiou a polícia civil.
Em seguida, Eskudlark destacou o mapa da urna do presídio Santa Augusta, em Criciúma, e sugeriu à Justiça Eleitoral rever o benefício do voto aos detentos.
“Zero voto para quem é contra a criminalidade, ninguém pode votar no Bolsonaro ou no comandante Moisés. Se o voto é livre, preso não pode votar, é um voto de pressão, a Justiça Eleitoral precisa rever o voto dos presos”, defendeu Eskudlark.
Reforma Protestante & dia da poesia
Ismael dos Santos (PSD) ressaltou na tribuna a Reforma Protestante, protagonizada por Martinho Lutero em 31 de outubro de 1517.
“Nesse dia Martinho Lutero ia à porta da catedral de Wittenberg para fixar as famosas 95 teses, a reforma teve papel decisivo no homem moderno, com rupturas marcantes”, avaliou Ismael, que destacou o legado cultural da reforma, como o clássico “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, de Max Weber.
O deputado também ressaltou a passagem do dia da poesia, também celebrado em 31 de outubro, e recitou na tribuna um poema de Carlos Drummond de Andrade.
Em parte, Kennedy Nunes elogiou o colega e lembrou que a data também registra o nascimento do deputado Antonio Aguiar (PSD).
“É uma data especial, peço incluir os parabéns para o deputado Antonio Aguiar, que hoje está trocando idade”, revelou Kennedy.
“Tem cinco mandatos, está se despedindo agora porque não quis disputar a eleição”, completou Ismael, que parabenizou Aguiar.
Agência transfusional em Canoinhas
Antonio Aguiar noticiou que o Hemosc instalará em Canoinhas uma unidade de coleta de sangue.
“Há um encaminhamento para que o Hemosc seja lá instalado, Canoinhas tem a Associação dos Doadores de Sangue da Região de Canoinhas (Adosarec), uma das principais associações de doação de sangue”, informou Aguiar, explicando em seguida que será uma “agência transfusional”.
Semana estadual de prevenção ao AVC
Leonel Pavan comunicou aos colegas que apresentou projeto de lei para criar a semana de prevenção ao acidente vascular cerebral (AVC).
“No Brasil o AVC é responsável por cerca de 10% dos óbitos da população adulta. Fiz parte dessa triste estatística, um dos piores momentos da minha vida, quase 70 dias internado, em coma, na UTI e aí por diante. Se não tivesse condições financeiras, teria morrido e se não tivesse seguido todas as orientações, estaria com sequelas, então quem vai orientar um pobre, uma pessoa do bairro, ele não tem este contato”, justificou Pavan.
Mercosul sem prioridade
Kennedy Nunes repercutiu e defendeu as criticas da equipe econômica do presidente eleito sobre o Mercosul.
“Muita gente me perguntou sobre o Mercosul, digo que estão corretos, porque nas últimas sessões do Parlasul os deputados e senadores da Venezuela que vêm em um avião fretado pelo governo (os outros parlamentares têm passaportes retidos) estavam com camisetas do ‘Lula livre’ e ao invés de discutir o Mercosul, estavam discutindo questões ideológicas”, relatou Kennedy.
Ideli Salvatti
Dirceu Dresch (PT) ressaltou na tribuna decisão da Justiça de arquivar inquérito contra a ex-senadora Ideli Salvatti por falta de provas.
“Tivemos mais uma vez um circo que traz o problema das delações premiadas, a nossa companheira Ideli Salvatti sofreu muito tempo com três delações premiadas e agora foi inocentada por falta de provas, (os delatores) não têm nenhuma prova, mas para diminuir suas penas fazem delações mentirosas, que inventam e depois nunca mais se corrigem”, explicou Dresch.
Avaliação eleitoral
Dresch avaliou na tribuna o processo eleitoral sob o ponto de vista nacional, com a escolha de Jair Bolsonaro para presidir o país pelos próximos quatro anos.
“Foi a eleição de um presidente aventureiro e fascista, uma campanha com muito ódio e mentira, patrocinada por grandes grupos econômicos”, disparou o representante de Saudades, acrescentando que o PT encabeçará uma frente pela democracia, com apoio de outros partidos e movimentos sociais e populares.
Agência AL