Licenciados em educação especial articulam regulamentação da profissão
Estudantes, professores e dirigentes da Furb, UNC, Unisul, Unoesc, Uniplac, Univali e Unochapecó reuniram-se nesta sexta-feira (16), no salão de atos da Unochapecó, para discutir e estabelecer uma estratégia de ação visando regulamentar a profissão de licenciado em educação especial. “É uma demanda da categoria e, além disso, há carência de profissionais nas escolas regulares para trabalhar com alunos com deficiência”, explicou Marcia de Souza Lehmkuhl, coordenadora do Seminário Estadual: Profissão Licenciado em Educação Especial.
De acordo com Isabel Pessoa, coordenadora do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (Parfor/Capes), Santa Catarina é o único estado da federação a oferecer formação específica em educação especial em sete instituições de ensino superior. “São 307 alunos dos municípios de Rio do Sul, Chapecó, São Lourenço do Oeste, Joinville, Canoinhas, Concórdia, Mafra, Campos Novos, Fraiburgo, Maravilha, Xanxerê, Tubarão, Araranguá, Itajaí e Brusque”, informou Isabel, que motivou os presentes a lutarem pela regulamentação da profissão.
A assessora da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa, Janice Aparecida Steidel Krasniak, garantiu que o Poder Legislativo barriga verde é parceiro das causas das pessoas com deficiência e dos profissionais que atuam na área. A assessora explicou que não há legislação respaldando a atuação dos licenciados em educação especial e sugeriu que estudantes e professores reivindiquem a regulamentação da profissão em Santa Catarina.
Conhecimentos específicos
Para o aluno da 8ª fase de Educação Especial da Univalli, campus de Itajaí, Ronan Adinael Pinheiro, o curso ampliou os horizontes e deu oportunidade de conhecer e experimentar as dificuldades dos deficientes nas salas de aulas e as maneiras de superá-las. Ronan atua no Grupo Escolar Elisa Gessele Orsi, de Itajaí, onde atende, no contraturno, oito alunos com transtornos globais e deficiências intelectual e física. “Dou apoio ao professor, produzo material adaptado, verifico se o aluno e o intérprete (no caso dos surdos) ocupam lugar adequado na sala de aula”, esclareceu.
Para Ronan, que havia concluído licenciatura em pedagogia e já atuava como professor, a presença do profissional de educação especial em sala de aula é necessária. “O ensino de deficientes demanda profissionais com conhecimentos específicos”, declarou. De acordo com a professora de Educação Especial da Unochapecó e coordenadora de Atividades Educacionais Extensivas da FCEE, Edite Sehnem, tanto os profissionais quanto a demanda pelo serviço especializado existem, mas falta a regulamentação.
Para exemplificar a extensão do campo de trabalho do professor especializado em educação especial, Edite argumentou que a FCEE, somente em 2012, elaborou mais de 3.200 pareceres técnicos acerca da necessidade de alunos deficientes contarem com acompanhamento especializado. “Em alguns casos, além do profissional em educação especial, o aluno precisa de suporte psicológico e psiquiátrico, inclusive com tratamento medicamentoso”, revelou.
O Seminário Estadual: Profissão Licenciado em Educação Especial prosseguirá neste sábado, quando será elaborado um manifesto, bem como discutidos e aprovados os encaminhamentos políticos e técnicos visando à regulamentação da profissão no estado e no país.
Agência AL