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13/03/2013 - 10h59min

Legislativo celebra Dia da Mulher homenageando ex-deputadas

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A ex-deputada Simone Schramm discursa durante a sessão especial. FOTO: Carlos Kilian/Agência AL

A Assembleia Legislativa homenageou na noite desta terça-feira (12) as ex-parlamentares que desafiaram o império dos homens e ocuparam espaços políticos com o objetivo de construir uma Santa Catarina mais justa e igualitária. Na oportunidade foram homenageadas as ex-deputadas Antonieta de Barros (in memoriam), Ingborg Colin Barbosa Lima, Luci Choinaki, Ideli Salvatti, Odete de Jesus, Simone Schramm e Alba Schlichting.

A sessão especial foi proposta pelas  deputadas Luciane Carminatti (PT), Dirce Heiderscheidt (PMDB), Ana Paula Lima (PT) e Angela Albino (PCdoB). Ana Paula lembrou que desde 1834, quando foi criada a Assembleia Provincial Barriga- Verde, apenas 12 mulheres tomaram assento no plenário Osni Régis. O pioneirismo coube à Antonieta de Barros, professora e negra. “Pouquíssimas mulheres ousaram sonhar, mas nós mulheres podemos muito”, afirmou.

Ana Paula cobrou dos poderes Judiciário e Executivo, a exemplo do Legislativo, adoção do Programa Antonieta de Barros (PAB), com ações afirmativas e inovadoras que possibilitam intervir na sociedade. A parlamentar lembrou que a mulher continua vítima da violência protagonizada pelos homens e que em 2012 foram registrados 20.487 boletins de ocorrência relatando ameaças, 10.860 lesões corporais e 34 homicídios dolosos. “Sonho com mulheres e homens livres e felizes”, filosofou Ana Paula.

Direitos iguais
Dirce Heiderscheidt defendeu que as mulheres podem e devem ocupar cargos públicos, fazendo-se presentes na política brasileira, com direitos iguais em todas as áreas. A representante de Palhoça divulgou a Lei nº 15.974, de sua autoria, que dispõe sobre a divulgação do Disque Denúncia do governo federal no âmbito de Santa Catarina. Para Dirce, as homenageadas “são exemplos de dignidade, trabalho e coragem”.

Angela Albino denunciou “o gritante contraste existente entre homens e mulheres” e destacou que há 179 anos a Casa do Povo é majoritariamente masculina. De acordo com a representante de Florianópolis, as ex-deputadas também enfrentaram preconceito, mas souberam ultrapassá-los e lutaram em defesa das mulheres.

“Hoje temos uma presidente, várias ministras, o país tem política de estado para a mulher e a Lei Maria da Penha. O momento é para subverter e democratizar a política brasileira, ampliando o recrutamento feminino”, analisou.

Luciane Carminatti, coordenadora da bancada feminina, lembrou que a deputada federal Luci Choinaki foi a primeira agricultora a ocupar uma cadeira no Parlamento catarinense e que de 1963 a 1987 nenhuma mulher foi eleita deputada. “Apesar de sermos poucas, esta Legislatura registra a maior presença de mulheres”. Carminatti defendeu mudanças no sistema eleitoral, com a introdução de listas fechadas, financiamento público e paridade entre homens e mulheres. 

Maior escolaridade, salários menores
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Elisabete Silva de Oliveira, informou que de acordo com Observatório Brasil de Igualdade de Gênero, relatório de 2009/10, apesar da mulher ter maior nível de escolaridade e deter quase 50% da força trabalhadora, ainda recebe salário menor que o homem. Elizabete responsabilizou o acesso limitado aos partidos, a divisão sexual do trabalho e o não compartilhamento, pelos homens, das tarefas domésticas, pela baixa participação política das mulheres. Ela defendeu o uso de parte do fundo partidário na formação política do sexo feminino. “Não dá para retroceder e há um longo caminho a seguir”, afirmou.

A deputada licenciada Ada Lili Faraco de Luca (PMDB), secretária de Justiça e Cidadania e representante do governador Raimundo Colombo na sessão especial, afirmou que as mulheres têm ainda uma extensa jornada de conquistas. “Nossa pele se enruga, o cabelo fica branco, os dias se transformam em anos, mas uma coisa não muda, a nossa força interior”.

Ada disse que foi autora da Lei nº 14.088, que instituiu a Semana da Mulher no calendário oficial do estado, mas observou que as tarefas diárias na Secretaria de Justiça e Cidadania não permitem verificar se essa norma é cumprida.

Agradecimento
A secretária Regional de Joinville, Simone Schramm, falou em nome das ex-deputadas homenageadas e agradeceu o gesto da Bancada Feminina. Simone declarou que “não há nada mais contraditório do que ser mulher, um símbolo de sensibilidade, fonte de amizade, manancial de amor, uma alma misteriosa que tem o poder de conciliar, de dar o peito, o colo e de fazer tudo bem feito”. 

Participaram da sessão representantes dos movimentos femininos, o vereador da Capital, Bispo Gerônimo Alves, além dos deputados Joares Ponticelli (PP), presidente da Casa, Dirceu Dresch (PT) e Reno Caramori (PP), elogiado pelas colegas pelo fato de ter sido o único representante da maioria masculina a permanecer até o fim da sessão.

Vítor Santos
Agência AL

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