01/03/2010 - 18h00min
Lançada a campanha de combate ao Bullying
Foi lançada hoje (1º), na Assembleia Legislativa, em solenidade no Plenário da Casa, a campanha “Bullying, isso não é brincadeira”. Promovida pelo Ministério Público de Santa Catarina, com apoio do Parlamento estadual, por intermédio da Escola do Legislativo, das secretarias de Estado da Educação e da Segurança Pública, a iniciativa pretende combater as práticas e atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas na escola por um aluno contra outro, causando angústia e sofrimento às vítimas.
Autor da Lei 14.651, de 2009, que autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária nas escolas públicas e privadas do Estado de Santa Catarina, o deputado Joares Ponticelli (PP) avaliou que a lei está “deixando de ser letra morta para virar, definitivamente, realidade” com a instalação da campanha. O parlamentar destacou a parceria entre o Legislativo e o Ministério Público, “entidades com a devida credibilidade para sensibilizar pais, professores, alunos e a sociedade em geral no sentido de identificar, educar e impedir que este tipo de prática ocorra e que avance para a violência explícita”.
Folders, cartilhas, gibis, marcadores de páginas e cartazes integram o material da campanha e trazem informações às crianças e aos adolescentes, à família, aos responsáveis e à unidade escolar. Segundo o presidente da Assembleia, deputado Gelson Merisio (DEM), “as ações que aqui emanam vão repercutir em todo estado”. O parlamentar elogiou o envolvimento da Escola do Legislativo, na pessoa do seu presidente, deputado Ponticelli, e exaltou a relação entre as instituições, “o que só traz benefícios para Santa Catarina”.
A capacitação dos docentes e toda a equipe pedagógica das unidades de ensino, bem como incluir regras normativas contra o fenômeno, foram iniciativas destacadas pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Gercino Gomes Neto. “O trabalho pedagógico será realizado pelos professores, devidamente orientados. A Assembleia vai trabalhar em parceria com os municípios, enquanto que caberá ao Executivo, por intermédio da Secretaria de Educação, divulgar e implantar a campanha nas escolas da rede estadual”.
Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude e uma das maiores entusiastas da campanha, a promotora de Justiça Priscila Linhares enfatizou a importância da adoção de uma nova postura passar pela conscientização dos pais, professores e pelos profissionais da área de educação. Ela lembrou que, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar com absoluta prioridade todos os direitos infanto-juvenis fundamentais.
Participação dos estudantes
Os olhares atentos e interessados das 180 crianças presentes no lançamento da campanha “Bullying, isso não é brincadeira”, que aconteceu na tarde de hoje (1º), no Plenário da Assembleia Legislativa, foi o que mais chamou atenção no evento. Os alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Urbana Desmembrada Adotiva Liberato Valentim, localizada na Costeira do Pirajubaé, em Florianópolis, foram indicados pela Secretaria do Estado da Educação para participarem do evento.
A diretora da escola, Karla Lima da Silva, recebeu o kit da campanha das mãos do presidente da Casa, deputado Gelson Merisio (DEM), e do procurador-geral de Justiça de Santa Catarina, Gercino Gomes Neto. “Toda iniciativa que promova a cultura da paz é bem-vinda. As crianças precisam trabalhar esses valores todo o tempo. Ignorar que o bullying existe não faz com que ele suma. E falar sobre isso com nossas crianças faz com que elas saibam lidar melhor com a situação”, completou.
A professora Roselana Hoffmann afirmou que a campanha tem o grande objetivo de informar. “É uma campanha incrível que esclarece as crianças e também as suas famílias. Saber o que pode fazer e o que não pode é primordial”.
Segundo o aluno da 4ª série do ensino fundamental, Felipe Gonçalves, o bullying prejudica a todos. “O que eu aprendi hoje é que o bullying não é legal e nem um modo legal de resolver nada. Colocar apelido, escrever bobagens só faz mal às pessoas”, disse. (Rodrigo Viegas/Graziela May Pereira/Divulgação Alesc)