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29/09/2015 - 18h13min

Laguna recebe audiência pública sobre a situação do idoso com deficiência em SC

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Cerca de 250 pessoas participaram de audiência quer tratou sobre pessoas idosas com deficiência. FOTO: Rony Ramos/Rádio AL

Estudos do IBGE, com base na pirâmide etária, apontam que em 2050 os idosos no país deverão representar 30% da população brasileira. O número de pessoas com deficiência que chegarão à velhice também aumentará e com ele a necessidade de políticas públicas que garantam qualidade de vida, saúde e bem-estar a essa população. Muitos idosos nessa condição ficam desassistidos de cuidados básicos, já que os familiares mais próximos também ficam velhos ou morrem. E quem fica essa responsabilidade?

O assunto foi discutido na audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa na segunda-feira (28), em Laguna, no Sul do estado, por meio do Fórum Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Coordenadora do fórum e proponente da audiência, a deputada Dirce Heiderscheidt (PMDB) ressaltou que será realizado um diagnóstico junto aos municípios catarinenses para se conhecer quantos são, onde vivem e como vivem os idosos com deficiência.

“Estamos buscando essa demanda. O que será feito dessas pessoas que são idosas e com deficiência ao perderem seus cuidadores, questiona a deputada, acrescentando que “esses são encaminhamentos que estamos fazendo buscando conhecer quem são essas pessoas para trabalhar junto ao governo do estado no sentido de buscar essa política pública de acolhimento”.

As Apaes de Santa Catarina já vivem a realidade do envelhecer com deficiência, conforme destacou a diretora da Apae de Laguna, Emeline Gruner. O perfil das instituições é voltado a funcionalidades do dia a dia e não apenas a parte pedagógica. Emeline pontuou que 60% dos alunos da instituição já chegaram à fase adulta. A diretora da Apae afirma que é preciso ensinar o mínimo de independência das pessoas com deficiência  Ela relata casos de abandono vivenciados na região.

"Temos alunos que os pais faleceram e não têm ninguém que fique com eles. Acabam indo para casas de apoio em outros estados. É importante os pais sempre trabalharem a autonomia e a independência, independentemente da deficiência da criança. A gente sempre procura trabalhar essa autonomia e independência. O professor sempre o objetivo de estar ensinando para essa pessoa para o que precisa para a vida", comentou.

A assessora da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência Janice Krasniak fez um panorama do envelhecimento no Brasil e ressaltou que “uma em cada nove pessoas no mundo têm 60 anos ou mais, e se estima um crescimento para um em cada cinco por volta de 2050”, pois pela primeira vez haverá mais idosos do que crianças menores de 15 anos.

Várias entidades que atendem pessoas com deficiência do Sul do estado participaram do evento, entre elas as Apaes de Laguna, Tubarão, Jaguaruna e Imaruí, que se manifestaram favoráveis à elaboração de novas políticas públicas que atendam as pessoas com deficiência em fase de envelhecimento.

No Brasil, há mais de 23 milhões de idosos. Em Santa Catarina, são 624 mil. Porém, não há dados oficiais sobre a quantidade de idosos com deficiência. A audiência pública na cidade de Laguna foi a quarta de um ciclo de cinco encontros. O último será realizado em São José, no dia 8 de outubro.

Rony Ramos
Rádio AL

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