Laboratório do Centro de Memória da Alesc é exemplo para Assembleia do ES
O Centro de Memória da Assembleia Legislativa de Santa Catarina recebeu, nesta quinta-feira (27), a visita de duas servidoras do Legislativo capixaba. Elas pretendem instalar um laboratório de conservação e restauração de documentos nos moldes do existente no Parlamento catarinense.
A diretora de Documentação e Informação da Assembleia do Estado do Espírito Santo, Adriana dos Santos Ribeiro, destacou que o Poder Legislativo catarinense é considerado uma referência nacional no gerenciamento, conservação e restauração de documentos. “Pesquisamos em todas as assembleias do país e achamos que a de Santa Catarina possui o melhor know-how nesta área. Como temos a intenção de implementar o laboratório, viemos acompanhar como ele funciona na prática. Fiquei encantada com o trabalho desenvolvido aqui”, disse. Também participou da visita a supervisora do arquivo geral da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Maria Inês Ribeiro Pupa.
O Centro de Memória do Parlamento catarinense, inaugurado em 1999, é vinculado à Coordenadoria de Documentação. A função do setor é restaurar, preservar e difundir a produção legislativa, composta por documentos originais produzidos a partir de 1835, época da Assembleia Provincial. Os documentos são categorizados conforme uma tabela de temporalidade, que define quais deles são de guarda permanente.
O setor possui um laboratório responsável pela conservação e restauração dos documentos. “Desde que foi instalada a Assembleia, em 1835, temos documentos manuscritos e posteriormente impressos. Todo o trabalho de preservação e restauro passa pelo laboratório, que conta com pessoal capacitado e treinado para esse serviço”, salientou a gerente do Centro de Memória, Marli Lima Barroso.
De acordo com o restaurador do laboratório do Centro de Memória, Amilton Gonçalves, a documentação catalogada passa inicialmente por diagnóstico. Após a avaliação, são iniciadas as etapas de conservação. “Cada documento tem a sua peculiaridade. Por isso, a ação de restauração depende de cada caso. Ela é o último processo da cadeia. Até o momento, já foram restaurados cerca de 140 livros referentes à coleção de 1800”.
A conservação dos documentos depende do controle da umidade relativa do ar e da temperatura. “A temperatura deve ser constante, entre 21°C e 23°C, e a umidade entre 55 e 60. Mantendo esses cuidados, um documento restaurado pode durar mais de 100, 200 anos”, falou Gonçalves.
Aberto ao público
O Centro de Memória disponibiliza seu acervo para pesquisas, propiciando aos cidadãos o acesso à história do Parlamento catarinense. É o caso do estagiário do Ministério Público Adriano Enderle, que realiza no momento uma pesquisa sobre Osni Régis, deputado entre 1955 e 1962, que dá nome ao Plenário da Casa.
“Buscamos fontes em todos os arquivos do Estado para podermos reconstruir a história, os feitos do deputado. Os documentos encontrados na Assembleia estão muito bem conservados. Boa parte, inclusive, está digitalizada ou até mesmo é disponibilizada online. Além disso, somos sempre muito bem atendidos”, ressaltou. A pesquisa resultará em um livro do Memorial do Ministério Público.
O setor também publica a sua produção legislativa, por meio da elaboração de livros compostos por documentos manuscritos e impressos, que registram os fatos da história de cada município.
Qualquer pessoa pode consultar, presencialmente, o acervo da Coordenadoria de Documentação. Basta se dirigir ao Centro de Memória, localizado no piso térreo da sede da Assembleia Legislativa.
Rádio AL