Kiko Cervi expõe obras feitas em mármore e madeira no TCE
O calor da madeira, misturado à sensualidade da pedra, inspiraram o artista plástico Kiko Cervi a criar suas esculturas mais recentes, em exposição até o final de agosto, no Hall de entrada do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC), em Florianópolis. Intitulada “É pau, é pedra”, a exposição apresenta obras imponentes, complexas na sua estrutura e no seu significado.
Madeira retirada de uma obra em demolição e mármore levaram o artista a relembrar momentos da infância, pensar em conceitos como continuidade e descontinuidade, encontro, caminho. Um carretel, esculpido na pedra, representa o que utilizava quando era criança e soltava pipa. Figuras tridimensionais dão movimento ao mármore. Alongadas, curvas, eretas, cheias, vazadas, enfim, suas obras são multifacetadas no original esplendor da natureza.
A ideia foi buscar o equilíbrio que materiais tão diferentes podem provocar. “Eu acho que, na escultura, pode-se misturar tanto a pedra com o metal, a madeira com o metal, a pedra com a madeira. Diferentes materiais, juntos, podem dar um bom casamento”, filosofa Kiko.
Ele ressalta que o mármore é um material mais frio no toque, mas concentra uma sensualidade e uma leveza não encontradas na madeira. “Quando tu tocas na peça, ela tem uma leveza muito grande. A madeira já é mais fosca. Apesar de ser aparentemente mais quente ela não é tão sensual quanto a pedra. Acho que a pedra é fria no toque, mas na verdade ela é uma obra muito quente”.
Já as madeiras reaproveitadas, todas canela e embuia, continuam a fazer história pelas mãos de Kiko. “Eu conhecia uma família que estava demolindo sua fábrica, em Timbó, Médio Vale do Itajaí. Eles me ofereceram as madeiras e fiz as esculturas para mostrar que se pode fazer coisas maravilhosas e perpetuar a história da madeira".
Agência AL