Jornal do interior deve privilegiar localismo, utilizar plataforma digital e redes
Os jornais ditos do interior, com circulação restrita a um ou a poucos municípios, devem privilegiar os acontecimentos locais, utilizar plataforma digital e as redes sociais para sobreviver nos tempos da Internet. Esta foi a conclusão do último painel do 10º Workshop de Integração dos Jornais do Interior, promovido pela Associação dos Diário do Interior de Santa Catarina (ADI) e que aconteceu na tarde dessa segunda-feira (7), no plenarinho Paulo Stuart Wright da Assembleia Legislativa.
Para Nelson Ferrão, do Grupo Sinos de Comunicação, de Novo Hamburgo (RS), o jornal do interior não pode perder o foco do público local. “Procurem conhecer as coisas da comunidade, no jornal temos de falar do buraco da rua ao invés de noticiar inaugurações”, ensinou. O jornalista também defendeu o uso de plataformas digitais e redes sociais. “O hard News pode ser veiculado através das redes sociais, (os leitores) querem saber na hora em que o fato está acontecendo”, explicou Ferrão.
Moacir Pereira, decano do colunismo político barriga verde, concordou com Ferrão e destacou o privilégio à notícia local. “Não há dúvida de que o futuro da imprensa é radicalizar a questão local, fico estarrecido quando vejo (um jornal do interior) com meia página sobre a guerra na Síria, vai perder leitores, também não pode três jornais da mesma cidade com matérias iguais na capa, é preciso buscar informação diferenciada”, defendeu Moacir.
Cláudio Prisco Paraíso relatou sua experiência pessoal. “Tive que partir para o blog, saí do formato de coluna, foi o momento mais desafiador, hoje o acesso mensal é de 30 mil leitores”, contou Prisco, que lembrou que o jornalismo é descrição de fatos e comunicação de opiniões. “Não somos apenas relatores, também nos posicionamos, mesmo que isso gere patrulhamento”, justificou Cláudio Prisco.
Roberto Azevedo, representante da nova geração do jornalismo político catarinense, avaliou que não existe uma mídia global propriamente dita. “Existe mídia local, que informa sobre a minha cidade”, argumentou Azevedo, ponderando em seguida que apesar da anunciada morte do jornal impresso, jamais leu ou ouviu falar que o jornalismo e o jornalista acabarão. O colunista ponderou aos proprietários dos jornais do interior a urgência da convergência digital. “Se a empresa de vocês não pode fazer a convergência, então não consegue se desprender do passado e não consegue ver o futuro”, afirmou Azevedo.
Homenageados da tarde
Durante o 10º Workshop de Integração dos Jornais do Interior, a ADI/SC homenageou pessoas e entidades parceiras. Foram homenageados com o diploma “Parceiro Destaque da ADI” a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), a Associação dos Jornais do Interior (Adjori), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de Santa Catarina (Sindejor) e o Grupo RIC.
Já o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Julio Garcia, o secretário de Estado de Fazenda, Antonio Gavazzoni, o diretor-presidente do Sebrae/SC, Guilherme Zigelli, a diretora de Comunicação Social da Assembleia Legislativa, Thamy Soligo, o secretário de Estado de Comunicação, Walter Bier, e o presidente da Celesc, Cleverson Sievert, foram distinguidos com o diploma “Amigo da ADI”.
Agência AL