13/05/2010 - 16h00min
Itajaí lota auditório para ouvir palestra sobre Bullying Escolar
Em mais uma etapa do Programa de Combate ao Bullying Escolar, promovido pela Escola do Legislativo em parceria com o Ministério Público Estadual, alunos, educadores e gestores escolares lotaram nesta quarta-feira (12), às 9 horas, o auditório da Univali, em Itajaí, para discutir o tema. O município, por intermédio da universidade, realiza um trabalho considerado pioneiro no estado, desenvolvendo pesquisas sobre a violência escolar.
Pedro Girardi, coordenador do curso de Psicologia, destacou que a pesquisa, realizada por recomendação da secretaria da Educação do município, está sendo feita com 1 mil estudantes de 6as a 8as séries do ensino fundamental, visando diagnosticar como a violência ocorre. “Estamos ainda na fase da coleta de dados, que deve se estender até junho. A partir dos dados obtidos vamos procurar instituir programas, como o combate ao bullying, para enfrentar esse problema.”
Priscila Linhares Albino, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do MPE, destacou que a pesquisa realizada em Itajaí é um grande acréscimo ao programa, pois pode se converter num modelo de diagnóstico para Santa Catarina.
Maria Heidemann, secretária municipal da Educação, afirmou que primeiro é preciso conhecer o problema por meio dos dados obtidos com a pesquisa. Isso possibilitará a implantação de políticas públicas mais eficientes para coibir a violência escolar. A secretária acrescentou a importância do programa de combate ao bullying escolar, lembrando que também já foi vítima dessa forma de violência nos seus tempos de escola. “Na minha época se considerava normal, mas eu sei bem o quanto o bullying pode ser prejudicial, pois sofri perseguições na escola e somente aos 20 anos recuperei a minha autoestima”.
O deputado Joares Ponticelli (PP) destacou que o bullying escolar é uma prática silenciosa e bem mais abrangente do que se supõe. “Não é uma brincadeira e nem se restringe a uma determinada época. Em entrevista na TV, soube que até mesmo Gisele Bündchen, consagrada modelo internacional, carrega até hoje a lembrança de ter sofrido com o bullying”. Segundo o parlamentar, a importância do programa é justamente fazer chegar esta discussão às instituições de ensino. “É na escola que o problema acontece, então todas as pessoas que participam do dia-a-dia da instituição devem estar envolvidos no debate”.
Autora de dois livros sobre o assunto, Cléo Fante, vice-presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre Bullying Escolar (Cemeobes), chamou a atenção da plateia também para o cyberbullying, forma de violência propagada através de computadores e celulares. Segundo a palestrante, a violência escolar está migrando para a internet, devido à sensação de impunidade que o meio traz. “Atualmente a taxa de bullying praticada nos meios virtuais é praticamente o dobro da registrada no meio físico, daí a importância de que este meio também seja contemplado nas pesquisas e no desenvolvimento de ações preventivas.” (Alexandre José Back/Divulgação Alesc)