Itaiópolis vive a expectativa de novos investimentos

O município de Itaiópolis, no Planalto Norte catarinense, está a 353 quilômetros de Florianópolis. Sua população, com cerca de 20 mil pessoas, dedica-se principalmente à agricultura, com destaque para o fumo, a soja, o milho e o feijão. Mas a economia da cidade também é movimentada por um comércio forte e por duas grandes indústrias: uma unidade da Embraco e um frigorífico da Tyson, empresa que está entre as maiores processadoras de alimentos do mundo e que adquiriu uma unidade de frangos na cidade. De acordo com o prefeito Hélio César Wendt (PMDB), esta agroindústria emprega hoje 250 pessoas, devendo chegar a 750 empregos até o próximo ano. “Tudo vai depender do comportamento da economia mundial, mas estamos fazendo a nossa parte e disponibilizando um terreno de 4 alqueires para a Tyson instalar uma fábrica de ração”, informa. A expectativa é que a operação da multinacional incremente a receita mensal do município, hoje em torno de R$ 1,5 milhão. História e tradição A história de Itaiópolis começa por volta de 1891, na região das nascentes do Rio da Lança, com a chegada de imigrantes ingleses, ucranianos, russos e, principalmente, poloneses. Por ser a cidade catarinense com maior concentração de descendentes poloneses, recebeu o título de “Capital Catarinense da Cultura Polonesa”, conforme a Lei nº 12.654, com origem na Assembleia Legislativa. A região foi uma das áreas contestadas entre Paraná e Santa Catarina. Depois de muitos embates na Justiça, em 2 de outubro de 1917 foi criado o distrito de Itaiópolis, pertencente a Mafra. A emancipação político-administrativa veio em 28 de outubro de 1918. O nome da cidade, Itaiópolis, é uma composição tupi-grega cujo significado é “cidade de água e pedra”. A origem está no Pico de Taió, uma elevação natural que se destaca na paisagem plana característica da região. Hoje o pico pertence à cidade de Santa Terezinha, emancipada de Itaiópolis em 1991. A colonização deixou suas marcas em vários aspectos da vida da cidade. Uma das mais evidentes é no artesanato, caracterizado pelo “pêssanka”, ovo decorado que, garantem os imigrantes, serve como talismã. Mas há também a arte do “wycinanki”, papel detalhadamente recortado e usado na decoração das casas, e o bordado ucraniano, muitas vezes de caráter religioso e sempre de cores vibrantes. As festas tradicionais também são um atrativo da cidade. A mais conhecida é a Festa do Boi Ralado, que este ano terá sua 18ª edição. Entre os eventos religiosos destacam-se a Romaria de Iracema, realizada no período da Quaresma, e a Festa de Santo Estanislau, padroeiro de Itaiópolis, que acontece sempre no primeiro final de semana de maio. (Andréa Leonora/Divulgação Alesc)* *Leia também as matérias “Primeira sessão solene da Assembleia em Itaiópolis marca comemorações pelo Dia Estadual da Imigração Polonesa”, “Da porta de casa para o longe” e “Um pouco da história da Polônia veio de navio para o Brasil”