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17/03/2014 - 14h45min

Inocência queimada: o tratamento e as sequelas das crianças vítimas do fogo

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Mariana e a filha Eduarda; menina não tem previsão de alta hospitalar. FOTOS: Lucas Gabriel Diniz/Agência AL

Com o olhar ainda assustado, a pequena Eduarda, de 3 anos, acompanha a entrevista da mãe, Mariana Weiss, à Agencia AL. Há um mês, a menina teve 45% do corpo queimado ao esbarrar no fogão de casa, que fervia um tacho de leite, produzido na propriedade da família, no interior do município de Ituporanga, no Alto Vale. Eduarda acabou de passar pela terceira cirurgia e não tem previsão de alta da Unidade de Queimados do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), de Florianópolis.

Ao falar do acidente, a mãe ainda chora. “Sempre cuidei, mas foi naquele segundo. Vi o leite caindo em cima dela”, lembra. O sentimento de culpa se mistura à dor e ao susto que a situação provoca nas famílias que têm pela frente um longo tratamento até a cura de seus filhos.

O caso de Eduarda é mais comum do que possa parecer e confirma as estatísticas da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ): até a idade pré-escolar, a maioria dos acidentes do tipo ocorre sob olhar dos pais. E o maior vilão de queimaduras é o álcool líquido, parceiro nas brincadeiras de muitas crianças e causador de tristezas imensas e sequelas que podem ficar para a vida toda.

O hospital infantil da Capital é referência em Santa Catarina no tratamento de crianças queimadas, com uma unidade de alta complexidade, credenciada pelo Ministério da Saúde. A cada três ou quatro dias, um novo paciente queimado dá entrada no HIJG. “Por ano, temos a média de 150 a 200 pacientes com queimaduras graves, que precisam ser internados”, alerta o médico cirurgião pediatra Maurício Pereima, chefe da ala de queimados do hospital infantil e diretor da SBQ.

Um dos fatores determinantes no tratamento de queimaduras é o risco de infecção hospitalar. Sem as camadas de pele, ou no processo de regeneração, a contaminação é mais fácil e difícil de controlar. Por isso, os pais devem ter atenção redobrada com os filhos e evitar os acidentes. “O acidente é previsível. Porém, não existe tratamento ideal para quem se queima”, observa o médico.

Pacientes protegidos por lei
Santa Catarina promete cuidar ainda mais das vítimas de sequelas graves de queimaduras, com a promulgação pela Assembleia Legislativa da lei que amplia o direito destes pacientes aos tratamentos adequados. Os deputados estaduais rejeitaram o veto do governador ao projeto de lei, transformando a proposta na Lei Estadual Nº 16.285/2013.

O autor da matéria, deputado Dado Cherem (PSDB), acredita que a medida deve minimizar a dor daqueles que sofreram queimaduras. “Hoje não há políticas públicas para promover a inserção social das vítimas de queimaduras, as quais carregam consigo o trauma psicológico e as marcas no corpo”.

A lei, inédita no país, estabelece o acesso gratuito à reabilitação física, cirurgia plástica reparadora, reabilitação psicológica, atendimento educacional especializado, transporte público e ainda direito à vaga de estacionamento para deficientes.

Dado Cherem acredita que pelo fato de dois terços das vítimas de queimaduras serem crianças, a proposta possui ainda mais mérito. “Queremos garantir a inserção social e laboral de quem pode ser excluído do processo caso não receba um acompanhamento multiprofissional após trauma.”

Especial
A TVAL e a Agência AL produziram reportagens sobre queimaduras, seus riscos e sequelas, e a Lei Estadual Nº 16.285/2013. Na tevê, as matérias irão ao ar no programa “Seu Direito”, nesta quarta-feira (19), a partir das 18 horas. A Agência AL, nesta semana, mostrará também como os acidentes com álcool líquido são responsáveis pela maior parte das queimaduras, apesar das restrições impostas pela legislação à venda desse produto.

Rony Ramos
Rádio AL

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