Índices de segurança voltam a ser foco de debate na Alesc
A piora nos índices de segurança pública do estado barriga-verde provocou reações dos deputados na sessão desta terça-feira (31) da Assembleia Legislativa.
“A capital registrou 135 casos de assassinatos entre janeiro e outubro, um aumento de 95% em relação ao mesmo período de 2016, Joinville registrou sucessivos aumentos e contabiliza 115 mortes, 18,5% a mais que no ano anterior e Blumenau aparece com 39 assassinatos, 69% a mais”, descreveu João Amin (PP).
O representante de Florianópolis destacou a violência contra as mulheres. “Desde março de 2015 foram instaurados 285 processos penais”, informou o deputado, acrescentando que em Florianópolis são determinadas de três a cinco medidas protetivas por dia.
Ana Paula Lima (PT) também ressaltou os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. “Em cinco anos 542 mulheres foram assassinadas em Santa Catarina”, revelou Ana Paula, que lamentou o quinto lugar em feminicídios. “Um aumento de 19,8% em relação a 2015”, apontou a parlamentar.
A representante de Blumenau lembrou que o Senado federal iniciou uma consulta popular para avaliar a retirada da expressão “feminicídio” do Código Penal. “Até agora 65% são contrários à ideia”, noticiou Ana Paula.
500 anos da reforma protestante
Ismael dos Santos (PSD) falou sobre os 500 anos da reforma protestante, celebrado neste 31 de outubro. “Há 500 anos Lutero fixou na abadia de Wittenberg as suas famosas 95 teses, foi uma reforma importante para a mentalidade do homem ocidental”, avaliou Ismael.
Segundo deputado, estados nacionais como a Suécia, Suíça, Holanda, Bélgica, EUA e Canadá devem sua origem à reforma. “Doutor Hermann Blumenau e 19 luteranos fundaram a colônia de Blumenau”, declarou Ismael, acrescentando que as classes mistas de meninos e meninas começaram com a reforma.
Serafim Venzon (PSDB) afirmou que na origem da reforma estão as vendas de indulgências e as negociações de cargos eclesiásticos. “Martinho Lutero rompeu com a igreja dando inicio à reforma protestante, foram chamados de luteranos, mas preferiam ser chamados de evangélicos”, revelou Venzon.
Empréstimo para a Celesc
Valdir Cobalchini (PMDB) defendeu a aprovação de projeto de lei que autoriza a Celesc a contratar empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Estamos no limite, já que o BID impõe que se insira (no processo) a lei autorizativa da Assembleia, sem o quê não há assinatura de contrato, as comissões deliberaram e o projeto virá ao plenário fruto de acordo entre os deputados”, anunciou Cobalchini.
Fernando Coruja (PMDB) avaliou que o projeto é importante. “É um financiamento que vai assegurar à Celesc continuar pública”, argumentou.
Cesar Valduga (PCdoB) reconheceu a oportunidade do empréstimo. “Esse projeto veio em boa hora para fortalecer a Celesc, o entendimento que temos é de fortalecer a empresa”, garantiu Valduga.
Maurício Eskudlark (PR) aprovou a iniciativa. “Os juros são baixíssimos, não sei quais interesses políticos emperraram o projeto”, declarou Eskudlark.
Kennedy Nunes (PSD) discordou. “Já votei contrário, não concordo quando o poder público é 100% avalista de uma empresa em que parte dela é privada”, justificou.
O representante de Joinville ainda ironizou os defensores do empréstimo. “Tiveram tanta pressa que acabaram esquecendo de trazer a emenda ao plenário, agora colocam o governo do estado perante o governo federal como avalista, se o estado não tiver condição de pagar o empréstimo, vamos ficar negativos e sequer os repasses serão feitos”, alertou Kennedy.
Treze novos leitos de UTI Neonatal
Kennedy comemorou na tribuna a inauguração de 16 novos leitos de UTI neonatal no hospital Jeser Amarante, de Joinville.
“Quando passaram para uma entidade a gestão do hospital minha preocupação era que a entidade tivesse dois tipos de atendimento, um para o SUS e outro para os planos de saúde, mas tem feito um trabalho extraordinário”, assegurou.
De acordo com Kennedy, sob a gestão privada o custo caiu 30%.” Esta forma de tocar um hospital foge da lei 8.666, se uma porta está quebrada, contratam a empresa da esquina para trocar a porta”, explicou o parlamentar, que ponderou que o exemplo do hospital “mostra que o SUS pode dar certo”.
Fiscais da Cidasc
Neodi Saretta (PT) sugeriu ao governo convocar imediatamente os aprovados no último concurso para auxiliar operacional e médico veterinário da Cidasc.
“Parei em um posto da Cidasc perguntei quantas pessoas estão atendendo. ‘Só eu’. Quando sai para almoçar, não fica ninguém, mas não dá para uma única pessoa atender 24 horas por dia, sete dias por semana”, afirmou Saretta.
Contas aprovadas
Os deputados aprovaram o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 4/2017, da Comissão de Finanças e Tributação, que aprova as contas do governo do estado de Santa Catarina relativas ao exercício financeiro de 2011.
Fernando Coruja (PMDB) votou contra e argumentou que os crimes atribuídos à ex-presidente Dilma Rousseff, as chamadas pedaladas fiscais, comparadas às manobras executadas em 2011, deveriam ser tratados em um “juizado de pequenas causas”.
Seminário agroecológico
Padre Pedro Baldissera (PT) repercutiu na tribuna o sucesso do 8º Seminário Agroecológico, realizado em Santa Rosa de Lima nos dias 26 e 27 de outubro. “Mais de 20 entidades trabalharam na organização e cerca de mil pessoas participaram do seminário”, informou padre Pedro.
Controle da produção de leite
Padre Pedro defendeu o controle da produção de leite. “Adentramos em uma conjuntura que deixa preocupações quanto à continuidade da produção de leite, mas em percentual significativo de países existe controle da produção, o Brasil precisa repensar, a exemplo de países desenvolvidos, de que existe o controle da produção”, propôs o deputado.
Agenda intensa
Dirceu Dresch (PT) relatou na tribuna sua agenda do último fim-de-semana. “Quinta-feira pela manhã participei da abertura do Seminário Agroecológico de Santa Rosa de Lima e a noite estive em Praia Grande para uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos discutindo a integração da comunidade Quilombola ao geoparque Caminhos do Sul. A comunidade quer participar com clareza dos projetos de turismo”, declarou.
Na sexta-feira Dresch participou do congresso estadual no Sindasp em Lages e à noite foi a um encontro da CNBB para discutir a nova campanha da fraternidade. “Trabalhamos para contribuir com estado de Santa Catarina, para que as pessoas dialoguem mais, contribuindo para a paz e o respeito”.
Hospital Nossa Senhora das Dores
Cesar Valduga noticiou sessão especial da Casa que homenageou o Hospital Nossa Senhora das Dores, de Capinzal, assim como o trabalho das Irmãs Servas de Maria Conservadora, que em 1947 chegaram à cidade e fundaram o nosocômio.
“Foi uma sessão de reconhecimento aos amigos do hospital, aos empresários e em espacial às irmãs, que há 70 anos acreditaram e ainda acreditam em melhorar a qualidade do povo da região”, discursou Valduga.
Agência AL