Impactos das chuvas no Alto Vale do Itajaí pautam reunião de comissão
FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL
O impacto das chuvas para os 28 municípios que integram o Alto Vale do Itajaí catarinense, bem como os desafios e as ações efetivas para minimizar esses efeitos climáticos que castigaram Santa Catarina, centrou a explanação do presidente da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi) e prefeito de Rio do Sul, José Thomé, para os membros da Comissão de Assuntos Municipais, na manhã desta terça-feira (14), no Parlamento.
O prefeito atendeu ao convite do deputado Nilso Berlanda (PL) para falar da atuação da associação e destacar quais as medidas que estão sendo adotadas em parceria com os governos estadual e federal para a recuperação da região que foi fortemente atingida pelas enchentes no mês passado.
Thomé informou que dos 28 municípios da região, 27 decretaram situação de emergência. “Destes 27, cinco decretaram situação de calamidade pública. Nossa região foi bastante impactada. O volume de prejuízos variou entre 700 e 800 milhões de reais, o que é muito significativo. Cerca de 17 mil pessoas foram desalojadas”, explicou, afirmando que se houvesse obras efetivas para mitigar os problemas das enchentes na região, o valor em investimentos seria parecido aos prejuízos provocados. “Mas sem dor, sem perdas e sem sofrimento nas pessoas”, disse, destacando que o caminho para minimizar os efeitos climáticos é a prevenção.
Entre prioridades, avalia, estão obras de melhoramentos fluviais com a retirada dos sedimentos, desassoreamento e recuperação de margem do Rio Itajaí-Açu, que corta toda a região. “O rio está doente”, disse o prefeito, apontando que o estado tem 26 bacias hidrográficas. “A bacia do Itajaí-Açu é a maior delas”.
Desafio
Ele comentou a importância do apoio do Legislativo para cobrar junto ao governo do Estado para aportar recursos para a pasta da Defesa Civil. “Sentimos que o governo estadual tem boa vontade nesse sentido. Mas precisamos cobrar também o governo federal para agir efetivamente em Santa Catarina, com obras estruturantes para as bacias hidrográficas”, disse, destacando que o desafio é buscar soluções conjuntas para minimizar o impacto das enchentes na região e no estado.
Citou como atuação do Parlamento a aprovação do projeto do deputado Gerri Consoli (PSD) sobre a cessão de máquinas e servidores entre municípios atingidos por desastres. “Foi um avanço. Desburocratizou, obtivemos ajuda do município de Blumenau”, reconheceu.
R$ 26 milhões em transferências especiais
Para o presidente da Comissão de Assuntos Municipais, Tiago Zilli (MDB), o propósito do colegiado é justamente buscar a integração e a aproximação com os 295 municípios catarinenses, através de suas associações.
“O prefeito Thomé é uma liderança preocupada com a situação da sua região, que foi fortemente impactada com as chuvas de outubro. Mais de 300 mil pessoas residem na sua região, que compreende 28 municípios”, afirmou o deputado, que informou que a Amavi recebeu 35 transferências especiais, totalizando R$ 26 milhões. “Esse foi o trabalho de nossa comissão, de dar celeridade para esses aportes via transferências especiais”, observou.
A Amavi compreende os municípios de Agrolândia, Agronômica, Atalanta, Aurora, Braço do Trombudo, Chapadão do Lageado, Dona Emma, Ibirama, Imbuia, Ituporanga, José Boiteux, Laurentino, Lontras, Mirim Doce, Petrolândia, Pouso Redondo, Presidente Getúlio, Presidente Nereu, Rio do Campo, Rio do Oeste, Rio do Sul, Salete, Santa Terezinha, Taió, Trombudo, Vidal Ramos, Vitor Meireles e Witmarsum.
Agência AL