Identificados quase 7 mil focos de Aedes aegypti em Santa Catarina
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) divulgou na última semana o seu mais recente boletim acerca da propagação do Aedes aegypti no estado. O levantamento, efetuado entre 31 de dezembro de 2017 e 31 de março de 2018, também traz os dados referentes à incidência de dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo mosquito.
Ao todo, foram identificados 6.929 focos do inseto, em 132 municípios, o que representa um incremento de 64% em relação a levantamento anteriormente realizado. Os dados apontam que 67 municípios são considerados infestados, número 21,8% superior a 2017.
Os números, nunca antes registrados, vêm colocando as autoridades sanitárias do estado em uma situação de alerta. “Nossa preocupação é muito grande porque cada vez temos mais municípios infestados, ou seja, com uma quantidade de vetores suficiente para ter surtos e epidemias de doenças”, afirmou a gerente de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da Dive, Suzana Zeccer.
Com relação a dengue, foram registrados no período 615 casos, dos quais 5 (1%) confirmados, 17 (2%) inconclusivos, 490 (80%) descartados e 103 (17%) seguem sob investigação pelos municípios.
Do total de casos confirmados, 2 são autóctones (transmissão dentro do território catarinense) e 3 decorreram de infecção em outros estados. De acordo com a Dive os prováveis estados onde teriam ocorrido as infecções são Mato Grosso do Sul, Bahia e Paraíba.
As notificações de zica apresentaram uma redução de 10% em comparação ao mesmo período ano passado. Foram anotados 35 casos, dos quais 27 (77%) foram descartados, 7 (20%) permanecem como suspeitos e 1 (3%) inconclusivo.
A maior preocupação da Dive no momento, entretanto, diz respeito do aparecimento da propagação da febre de chikungunya no estado. O levantamento apontou 129 notificações da doença, sendo 5 (4%) confirmados, 84 (65%) descartados e 40 (31%) seguem sob investigação. Dois dos casos confirmados são autóctones, ambos em residentes no município de Cunha Porã.
Ainda nesta semana, técnicos do órgão de vigilância epidemiológica seguirão para Cunha Porã, onde com o auxílio de bombeiros e agentes locais, realizarão uma ação de inspeção nos chamados depósitos de difícil acesso (caixas d’água localizadas em locais altos e calhas de escoamento de chuva), onde se concentram grande parte dos focos do Aedes aegypti.
População deve contribuir
Ainda que o verão tenha terminado, e com ele o período do ano em que a propagação do Aedes aegypti é mais intensa, a Dive segue pedindo à população que mantenha os cuidados para evitar a propagação do mosquito. “Estas ações precisam acontecer durante todos os meses do ano, não só pelos municípios que executam a vigilância e controle do vetor, mas também pela população, que deve evitar o acúmulo de água, seja no seu local de residência ou mesmo de trabalho.”
Agência AL