Hospitais têm dúvidas sobre a implantação das redes de urgência e emergência
A implantação em Santa Catarina da Rede de Urgências e Emergências ainda gera dúvidas nos hospitais do estado que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O assunto foi discutido na manhã desta quarta-feira (5), em reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Catarinense, no gabinete do deputado José Milton Scheffer (PP).
Representantes de hospitais e das entidades ligadas ao setor participaram do encontro. A Rede de Urgência e Emergência consiste na integração de todos os equipamentos de saúde que atendem pelo SUS em polos regionais, objetivando ampliar e qualificar o acesso aos pacientes em situação de urgência.
Apesar de reconhecerem que o programa pode ajudar financeiramente, os representantes dos os hospitais que atendem pelo SUS ainda têm dúvidas quanto aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde para a adesão às redes. “Não há uma discussão mais aberta com os hospitais. Os técnicos do ministério desenvolvem algo que só está no papel e não discutem isso com os atores, que são os hospitais”, argumenta o presidente da Federação dos Hospitais de Santa Catarina (Fehoesc), Tércio Egon Kasten.
Segundo ele, pelos critérios atuais, hospitais de médio e pequeno porte, que são responsáveis pelo atendimento em dezenas de municípios catarinenses, podem ficar de fora das redes. “A população dessas cidades não vai ser beneficiada com esse projeto que é muito interessante”.
Esclarecimentos
De acordo com o deputado José Milton Scheffer, a frente parlamentar vai solicitar à Secretaria de Estado da Saúde o mapa com a divisão das redes de urgência e emergência por polos regionais para conhecer quais serão os hospitais de referência, que tipos de serviços de saúde serão oferecidos pelos hospitais, bem como os recursos que serão repassados pela União e pelo estado.
“Nosso objetivo inicial é entender o funcionamento dessas redes, de tal forma que isso venha a somar e que não traga mais ônus aos hospitais e municípios”, afirmou Scheffer, que é presidente da frente. “Queremos evitar que recursos prometidos pela União não sejam repassados, penalizando ainda mais a situação dos hospitais”.
A frente vai se reunir separadamente com os grandes hospitais e como os médios e pequenos estabelecimentos. “O objetivo desses encontros é mostrar o funcionamento dessas redes, os benefícios, eventuais prejuízos e colher as sugestões para aprimorar esse processo”, completou Scheffer.
O deputado Jorge Teixeira (PSD), que é médico e vice-presidente da frente, também participou da reunião. Ele defendeu a inclusão da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), por meio das associações regionais de municípios, na discussão sobre a implantação das redes.
Linha de crédito
Durante do encontro, os participantes decidiram solicitar audiência com o governador Raimundo Colombo (PSD) para discutir a criação de uma linha de crédito a juro zero para os hospitais. O objetivo desse financiamento é permitir o pagamento de dívidas e aquisição de equipamentos.
Agência AL