Hemosc conta com solidariedade para manter estoque regular de sangue
A estudante Tainara Jordão, 20 anos, compareceu nesta terça-feira (24) ao Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) para doar sangue pela segunda vez. Com um sorriso no rosto, a jovem não escondia a satisfação de praticar um ato solidário e, quem sabe, até salvar a vida de alguém.
Tainara tem sangue O negativo, o tipo sanguíneo do doador universal, muito utilizado nas emergências hospitalares. Apenas 9% dos brasileiros possuem esse tipo sanguíneo, o que faz da jovem uma doadora importante. Mas a gerente técnica do Hemosc, Patrícia Karsten, faz questão de frisar que embora haja mais escassez de doares com RH negativo, todos os tipos sanguíneos são necessários para manter o estoque dos hemocentros no estado.
O que levou Tainara ao Hemosc e leva mais de 11 mil pessoas aos hemocentros todos os meses é a vontade de ajudar alguém. “Eu vi uma reportagem sobre uma moça que estava precisando de sangue. É muito bom doar, quero voltar sempre”, disse.
O bombeiro aposentado Amilton Damásio de Andrade, 60 anos, não doava sangue desde 2005, mas retornou ao hemocentro esta semana porque a filha de um amigo está hospitalizada e precisando de sangue – as pessoas podem vincular sua doação a um determinado paciente que esteja necessitando. “É importante e não custa nada ajudar”, resumiu Andrade.
Graças à solidariedade dos doadores, o sistema tem conseguido manter os estoques de sangue mesmo nos períodos em que historicamente ocorre queda, como no pico do inverno, quando as condições climáticas, as gripes, medicações e vacinas podem impedir as doações. Para reduzir esse impacto, no mês de junho o Hemosc promove uma campanha de conscientização dos doadores denominada Junho Vermelho. A campanha foi instituída como resultado da Lei 16.694, aprovada na Assembleia Legislativa em 2015.
Este ano a campanha foi muito positiva, de acordo com a gerente técnica do Hemosc. “Comparando o Junho Vermelho de 2018 com 2017, tivemos um aumento de 5% das doações efetivadas. Mas temos que pensar não só nas doações que de fato aconteceram como em todo o trabalho de conscientização e de divulgação sobre a doação de sangue, sobre o Hemosc enquanto instituição pública e outros serviços que fazemos”, disse Patrícia.
A população sempre responde de maneira positiva aos chamados do Hemosc. Mas para o sistema, um aspecto importante é a manutenção da regularidade nas doações, já que o sangue armazenado tem validade de 35 a 42 dias. “Hoje estamos com o estoque adequado, mas a gente precisa que os doadores venham todos os dias a algum hemocentro para que o estoque permaneça da forma ideal”, explicou Patrícia.
O que é necessário para doar:
- Ter idade entre 18 e 69 anos, 11 meses e 29 dias;
- Doadores com idade de 16 e 17 anos de idade são aceitos para doação mediante a presença e autorização formal dos pais e/ou responsável legal;
- O limite de idade para primeira doação é de 60 anos;
- O candidato à doação deve estar em boas condições de saúde, sem feridas ou machucados no corpo;
- Pesar acima de 50 kg (com desconto de vestimentas);
- Apresentar documento de identidade com foto, emitido por órgão oficial;
- Ter repousado bem na noite antes da doação;
- Evitar o jejum. Fazer refeições leves e não gordurosas, nas 4 horas que antecedem a doação;
- Evitar uso de bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas.
Onde doar:
Santa Catarina dispõe de hemocentros ou unidades de coleta nas cidades de Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Lages e Tubarão. Consulte os endereços e os horários de coleta no site do Hemosc.
Não pode doar
Quem tem ou teve as seguintes doenças:
- Hepatite após os 11 anos;
- Lepra (Hanseníase);
- Hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto;
- Doença auto-imune;
- Doença de Chagas;
- AIDS;
- Problemas cardíacos (necessita avaliação e declaração do seu cardiologista);
- Diabetes;
- Câncer.
Agência AL