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18/06/2013 - 16h04min

Frente do Setor Têxtil atuará na aproximação dos empresários com governo

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Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos do Setor Têxtil. Foto: Fábio Queiroz

Santa Catarina deve se tornar o maior produtor de têxteis do Brasil em cinco anos, conforme avaliação do diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), Marcelo Prado. A declaração foi feita na manhã de hoje (18), durante reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Têxtil, do Vestuário e do Calçado da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), que contou com a presença do coordenador da Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Têxtil, deputado Jean Kuhlmann (PSD).

O destaque do evento foi a apresentação de um estudo completo do setor têxtil catarinense elaborado pelo Iemi. De acordo com Prado, Santa Catarina ocupa atualmente a posição de segundo maior produtor e a tendência é que, se conseguir manter o ritmo de crescimento, ultrapassará o estado de São Paulo dentro de cinco anos.  “Observamos um crescimento de Santa Catarina em relação aos demais estados produtores e à média do Brasil. No período de 2008 a 2012, o crescimento das unidades produtivas no país foi de 14,7%. Em Santa Catarina, de 17,9%”, disse.

Um dos motivos que embasam essa conclusão é, conforme o diretor do instituto, a organização e integração de todos os segmentos têxteis presentes no estado. “A força competitiva está aí, pois gera um grau de eficiência muito grande na produção. Além disso, em Santa Catarina temos maior ocorrência de grandes empresas. Num mercado que se torna muito competitivo, elas ajudam muito no ritmo de crescimento, pois têm estrutura, inteligência de mercado, podem investir, comprar novas empresas, comprar ou implantar novos canais de distribuição, diferente das pequenas e médias empresas”, explicou.

Desafios do setor
Na opinião do presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, a maior dificuldade do setor é a carga tributária. “A indústria brasileira, e a nossa, em especial, é extremamente eficiente e eficaz da porta da fábrica para dentro. Quando sai da porta da fábrica, nosso custo se multiplica. O custo de manufatura catarinense, com os impostos embutidos, é mais caro que nos Estados Unidos. O drama é a carga tributária”.

Outras dificuldades que afligem a área têxtil são, segundo o presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Têxtil, do Vestuário e do Calçado da Fiesc, Sérgio Luis Pires, os altos custos de produção e de energia elétrica, assim como questões relacionadas à logística e à infraestrutura. “Além desses fatores, o maior desafio é o empresário entender melhor o mercado em que ele atua, como, por exemplo, o comportamento de moda, as diferentes culturas das regiões”.

Frente Parlamentar
Neste contexto, a Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Têxtil de Santa Catarina tem como objetivo aproximar o setor produtivo do governo estadual. A proposta de Kuhlmann é que a Câmara setorial da Fiesc centralize as demandas da área em uma pauta de reivindicações a ser apresentada ao Executivo.

“Hoje o governo não sabe quais são as principais dificuldades enfrentadas pelo setor. Estamos abertos ao diálogo e queremos ser um instrumento de aproximação com o governo. É preciso permitir que haja uma união de interesses.

A partir disso, teremos a possibilidade efetiva de crescer com força e vigor. Por outro lado, o setor precisa ajudar o governo a combater a informalidade e a ilegalidade. Incentivar o fortalecimento do setor é fortalecer a economia do estado”, ressaltou o deputado.

Regime tributário diferenciado
A “Frente Parlamentar Mista José Alencar para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e da Confecção do Brasil”, da Câmara de Deputados, recebe amanhã (19), em Brasília, mais de 180 representantes do setor de todo o país.

A principal reivindicação da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) é um regime tributário diferenciado. “Isso vai permitir uma melhora na competitividade, principalmente dos muros para fora das empresas. Esperamos mostrar ao governo a importância do setor têxtil para Santa Catarina e para o país”, disse Pires.
 
Crescimento das importações

A Abit apresentou ao Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) uma petição de salvaguarda para vestuário. Conforme a associação, a importação de vestuário teve um aumento de 193% no período de 2008 a 2012 em termos de volume. Em 2012 foi registrado um crescimento de 23% em relação a 2011.

De acordo com a associação, o surto de importação de vestuário no Brasil foi provocado pela crise mundial. Os principais mercados compradores do mundo, Estados Unidos e União Europeia, diminuíram as importações de vestuário, gerando o aumento dos excedentes produtivos na Ásia, que buscou mercados alternativos de escoamento.

Em 2012, em relação a 2011, a indústria nacional teve uma queda de produção de 28 mil toneladas, perda nas vendas no mercado interno de 22 mil toneladas, enquanto as importações cresceram 18 mil toneladas.

Para a Abit, a salvaguarda é uma medida urgente e indispensável de defesa comercial que tem como objetivo deter o surto de importações. As estimativas apontam que, mantidas as atuais condições, em 12 anos 60% do mercado nacional estará tomado por importados, fato que implicará no fechamento de confecções e na perda de cerca de 300 mil empregos diretos na cadeia produtiva.

Diagnóstico de Santa Catarina
(dados fornecidos pelo Iemi)
- 4,7 mil indústrias instaladas em SC (14% do total nacional)
- em termos de segmento, o vestuário representa 77,5% do total das empresas do setor em SC
- gera 300 mil empregos (equivalente a 18% do pessoal ocupado da cadeia têxtil brasileira em 2012) | SC é o segundo maior empregador do país no setor
- 446 mil toneladas de produção (23% da produção nacional)
- 1,6 bilhão de peças confeccionadas (17% do total produzido no país)
- R$ 26 bilhões valor da produção do setor em SC (participação de 17% sobre o valor da produção nacional em 2012)
- 16 mil toneladas foram exportadas pelo setor de SC (equivale a 3,6% do total da produção)
- R$ 397 milhões investidos em máquinas, equipamentos e instalações no estado (19% do valor investido no Brasil)

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