Fórum de mobilidade aborda investimentos federais e planejamento de fluxo
O 3º Fórum Internacional sobre Mobilidade Urbana, que acontece no Hotel Majestic, em Florianópolis até o dia 5, teve como destaque na manhã desta quinta-feira (4) palestras sobre os investimentos federais previstos para o setor e a importância do planejamento no fluxo das cidades.
A gerente de projetos do Ministério das Cidades, Lúcia Maria Mendonça Santos, falou aos presentes sobre a política federal em transportes para as cidades brasileiras. A partir de 2014, disse Lúcia, todos os municípios precisarão ter seus planos de mobilidade se quiserem acessar recursos federais. Para facilitar a tarefa, o governo vem promovendo oficinas para treinar o corpo técnico das prefeituras.
Lúcia, que também atua como coordenadora do PAC2 para mobilidade das médias cidades (entre 250 mil e 750 mil habitantes), afirmou que a meta é viabilizar a construção de meios de transporte que aliem eficiência e respeito ao meio ambiente. “Queremos ajudar a construir as cidades do século XXI, com alto grau de sustentabilidade, ou seja, com qualidade e baixa emissão de poluentes”.
Para isso, disse, uma das preocupações do governo é investir maciçamente em diferentes meios de transporte. Para Santa Catarina foram liberados recursos visando a implantação de corredores de ônibus de trânsito rápido (BRT, na sigla em inglês) em Blumenau, Joinville e Florianópolis. A Capital foi contemplada ainda com recursos para a criação de um teleférico ligando a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ao Terminal de ônibus (Ticen), passando pelo Morro da Cruz.
Entendendo o fluxo
O segundo palestrante, Laurindo Junqueira, integrante do Núcleo de Cooperação Técnica do Metrô de São Paulo, demonstrou como a produção agrícola e mineral representa um entrave à melhora na mobilidade nos centros urbanos. De acordo com Junqueira, no Brasil a riqueza produzida não tem vias e meios adequados para chegar aos centros consumidores e pontos de exportação sem antes atravessar as cidades. Este, disse, é o caso de Santa Catarina, onde o planejamento das vias ignorou o fluxo da produção. “Uma regra econômica diz que todo aumento econômico gera um aumento de fluxo e vice-versa. Aqui no estado fica evidente a escassez de ferrovias, principalmente no sentido leste-oeste, interligando os portos”.
Junqueira, que já atuou como secretário de transportes dos municípios de Campinas e Santos, explicou que o mesmo procedimento deve ser aplicado aos municípios. Mesmo as pequenas e médias cidades devem fazer um levantamento de tráfego para descobrir em quais trechos e modais devem investir. Outra preocupação, alertou, é que tudo seja planejado de forma integrada. “Todos os meios são bons, desde que estejam conectados em redes”, disse.
Agência AL