Focos do Aedes sobem 34% e 49 dos 60 municípios infestados estão no Oeste
Os focos dos mosquitos aedes aegypti aumentaram 34% nos primeiros sete meses de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, 49 dos 60 municípios considerados infestados estão no chamado grande Oeste barriga verde. Segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), de 1º de janeiro a 12 de agosto foram registrados 8.289 focos em 138 municípios, contra 6.161 focos em 131 municípios em 2016.
“Estamos em uma situação que nunca estivemos antes, tanto em número de focos, quanto em municípios infestados e as regiões Oeste e Extremo Oeste são as que mais preocupam”, alertou Suzana Veccer, gerente de Zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), que conversou com a Agência AL na tarde desta quinta-feira (24).
Para Veccer, vários fatores contribuíram para o aumento. “O inverno pouco frio, o grande fluxo de cargas e de pessoas, a proximidade com a Argentina, que tem o mosquito, e a influência do que acontece no resto do país, tudo isso refletiu aqui”, explicou.
Segundo a gerente de Zoonoses, os municípios estão combatendo o mosquito. “Há um esforço em ter equipes capacitadas e em condição de trabalho, mas é necessário o envolvimento das outras áreas da administração, como a educação, o saneamento, a coleta de resíduos sólidos, por exemplo, é fundamental”, argumentou Veccer, que ponderou aos prefeitos cuidado com terrenos baldios, cemitérios, praças, floriculturas e ferros-velhos. “A cada 15 dias um agente precisa passar por esses pontos estratégicos”.
No ambiente doméstico o cuidado não pode ser diferente. “Recipientes que acumulam água, calhas e caixas d’água, têm de ter uma tela protegendo as caixas, inclusive no ladrão que permite que a fêmea do mosquito entre e que os mosquitos jovens saiam”, justificou Veccer, que também recomendou a limpeza frequente das calhas.
Recursos para o combate
De acordo com a gerente da Dive, o Ministério da Saúde destina recursos diretamente às secretarias municipais e estaduais para ações de vigilância, dentre elas o controle do aedes, assim como disponibiliza recursos específicos para o combate do mosquito.
Por outro lado, tanto o estado quanto os municípios investem recursos próprios no controle. “Os recursos sempre são insuficientes, existe uma queixa geral de que há necessidade de recursos”, reconheceu.
Agência AL