Federação das Apaes realiza seminário sobre disfagia
Embora atinja 16% da população mundial, a disfagia, como é designada a dificuldade de engolir alimentos, líquidos ou saliva, ainda é desconhecida até mesmo por muitos profissionais de saúde. Para tentar elevar o nível de conhecimento sobre o tema, a Federação das Apaes do Estado de Santa Catarina (Feapaes-SC) realizou nesta quinta-feira (21) um seminário abordando as causas, formas de diagnóstico e de tratamento da disfunção. O evento aconteceu no Palácio Barriga Verde, em Florianópolis, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa.
Além de alertar a sociedade, afirmou o presidente da Feapaes-SC, Júlio César de Aguiar, o seminário tem como objetivo capacitar fonoaudiólogos e profissionais das Apaes, tendo em vista a grande incidência de problemas de deglutição entre os 18 mil alunos da instituição. “A disfagia é comum entre a educação especial, por isso procuramos levar essa capacitação ao nosso quadro funcional, para que possam dar mais qualidade de vida e saúde aos nossos alunos.”
O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, deputado José Nei Ascari (PSD), destacou a importância do trabalho com a Apae. “A informação é fundamental nesse processo de acompanhamento, por isso continuamos nossa parceria com essas entidades, que fazem um trabalho importantíssimo na inclusão social das pessoas com deficiência.”
Causas e tratamento
Em sua palestra, a fonoaudióloga e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Ana Maria Furkin destacou que a disfagia pode ser resultado de alterações neurológicas, como o acidente vascular cerebral (AVC) e outras doenças neurológicas e/ou neuromusculares, bem como de alterações locais obstrutivas, como as doenças tumorais do esôfago.
Caso essas dificuldades de deglutição, que atingem desde crianças a idosos, não sejam tratadas adequadamente, advertiu, podem levar a uma série de complicações, tais como desidratação, infecções pulmonares e subnutrição. “A disfagia é algo grave, que pode levar o paciente a óbito. Por isso, a grande importância avaliar o problema e tratá-lo adequadamente.”
De acordo com a profissional, o atendimento deve ser multidisciplinar, envolvendo especialistas das áreas de fonoaudiologia, nutrição e fisioterapia. Nos quadros mais graves, também pode ser necessária a administração de medicação e cirurgias. “É preciso que fique claro que, em alguns casos, é possível reverter a disfagia e suas consequências na saúde das pessoas, mas para isso é preciso um tratamento adequado.”
SAIBA MAIS
Quem pode ter disfagia?
Pode ocorrer em qualquer idade, desde bebês prematuros a idosos.
Por quê é importante dar atenção à disfagia?
Ela aumenta o risco de pneumonia aspirativa, desnutrição e desidratação. Também estende o tempo de internação, aumentando o risco de infecções e os custos hospitalares.
Como tratá-la?
O fonoaudiólogo é o profissional habilitado a avaliar a deglutição orofaríngea para identificar quais alterações existentes e se há possibilidade de alimentação por boca de forma segura.
Quem tem disfagia:
- 50% dos pacientes com AVC
- 85% dos pacientes com paralisia cerebral
- 52% dos pacientes com doenças degenerativas
- 45% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
Agência AL