Feagro: produção de leite e de suínos projetam economia de Braço do Norte e região
Embora seja referência brasileira em gado Jersey, a região de Braço do Norte não vive só da produção de leite, hoje na faixa de 500 mil litros por dia. Além dos quatro mil produtores que compõe a bacia leiteira, a suinocultura caminha lado a lado, sendo o segundo maior pólo do Estado com 70 mil matrizes. As duas produções equivalem a 30% da economia de Braço do Norte, que sedia até domingo (dia 8) a 11ª Feagro (Feira de Exposição Agropecuária do Vale do Braço do Norte e Região).
Segundo o suinocultor Daniel Michels, que participa do evento como expositor,a produção de leite depende da suinocultura. É uma cadeia. Ele explica que graças a fertilização da pastagem com os dejetos suínos a bovinocultura conta com uma alimentação de qualidade. “Sem a suinocultura a produção de leite na região seria praticamente inviabilizada. Com este adubo a pastagem cresce cinco vezes mais rápido que o normal”, diz ele. “Cerca de 90% dos produtores de suínos também são de leite”, completou.
O plantel de suínos em Braço do Norte e região é um dos mais evoluídos em tecnologia e produção do Estado, de acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio Luiz Lorenzi. ”Incentivamos nossos produtores a se especializarem na segurança de suas propriedades, evitando doenças aos rebanhos”, ressaltou ele.
Com o suporte da suinocultura, a principal atração da Feagro, o gado Jersey, que produz 40% a mais de leite que as demais raças, projeta o Estado nacionalmente. “Nós estamos contribuindo para a melhoria dos rebanhos leiteiros do Brasil central com a venda de matrizes. Santa Catarina deve alcançar, em breve, a terceira posição na produção nacional de leite, sendo que atualmente tem uma produção de quase 4 bilhões de litros por ano”, ressaltou a presidente da Associação Catarinense de Criadores de Bovinos de Leite (ACCB), Maria Rosinete Effting.
Na passarela - Na Feagro, todos os holofotes estão voltados para as vacas Jersey, cuja rotina é de uma verdadeira “top model”. Afinal, antes de desfilar pela pista precisam estar preparadas para conquistar os jurados. Isso inclui sim maquiagem, com óleos e tintas que deixam o pelo mais bonito, e depilação, ou melhor, tosa, para deixar o sistema mamário mais exposto aos olhos do júri.
As vacas também aproveitam o dia para tirar fotos posadas para catálogos.
Este ano, a vencedora da categoria Vaca Jovem foi a Bia369 Jade do Cruzeiro, de Lages, de propriedade do médico e produtor Décio Ribeiro, que mostra orgulhoso a vaquinha. “Essa pista é como se fosse o “Maracanã” das vacas Jersey. Só tem craque”, disse ele, desfilando Bia pelo pátio.
Entre os critérios analisados no julgamento estão o sistema mamário para ter uma vida longa produtiva; aprumos, que são pernas e pés corretos para ir no campo buscar alimento; garupa larga e nivelada para facilitar no momento do parto e estrutura de força leiteira.