Falta de repasse e fechamento de hospital preocupam deputados
O atraso no repasse de recursos para o Hospital Materno Infantil de Joinville foi criticado na tribuna pelo deputado Kennedy Nunes (PSD), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (3). A Secretaria de Estado da Saúde acumula uma dívida de R$ 13 milhões, desde maio deste ano, com a Organização Social (OS) que administra a unidade hospitalar, conforme o parlamentar. Já o deputado Rodrigo Minotto (PDT) manifestou preocupação com os rumores sobre o fechamento do Hospital Santa Teresa, de São Pedro de Alcântara.
Kennedy Nunes defendeu que a Secretaria de Estado da Saúde tenha prioridade na aplicação dos recursos. “Não tem como um hospital que não tem gestão pública funcionar sem o repasse. Isso não pode acontecer”, protestou. O deputado comentou a notícia de que na quarta-feira (2) foram repassados R$ 890 mil para o pagamento de médicos terceirizados, mas lembrou que na sexta-feira (4) será o dia do pagamento de todos os demais funcionários. “Como ficam as contas do mês das pessoas que trabalharam e não estão recebendo?”, questionou. Conforme nota publicada na imprensa, citada pelo deputado, haveria R$ 2,2 milhões de um saldo bloqueado pelo Judiciário que ainda não foram liberados. “O que esse dinheiro está fazendo na conta do Judiciário?”, questionou Kennedy, defendendo que os R$ 2,2 milhões sejam imediatamente liberado para amenizar o problema do hospital.
O caso do Hospital Santa Teresa, levado à tribuna por Rodrigo Minotto, é diferente da situação do Materno Infantil de Joinville. O Santa Teresa é uma unidade pública destinado ao tratamento de dermatologia sanitária que tem servido também a pacientes de cirurgia bariátrica. Minotto defendeu que o governo dialogue com a comunidade local antes de decidir pelo fechamento do hospital. Na opinião dele, o Hospital Santa Teresa poderia ser reaproveitado para outros tipos de serviços médicos. “Essa unidade representa apenas 1,58% dos gastos dos hospitais públicos”, argumentou o deputado.
Segurança pública
O deputado Mauricio Eskudlark (PR) fez um relato sobre a palestra do especialista em segurança pública José Mariano Beltrame, ex-secretário de Estado do Rio de Janeiro, realizada na noite de quarta-feira, no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa. De acordo com Eskudlark, Beltrame reforçou aquilo que já é sabido, “que são necessárias ações sociais para resolver o problema da criminalidade, não apenas confronto”. Sem a contrapartida do Estado nas comunidades mais carentes não há como conter o aumento da violência, na opinião do deputado. Santa Catarina já está “com a luz vermelha” no índice de homicídios, de 12 para cada 100 mil habitantes, quando o aceitável, pelos padrões da Organização das Nações Unidas (ONU) são 10 para cada 100 mil.
Mulheres
O deputado Cesar Valduga (PCdoB) parabenizou a organização do movimento Mundos de Mulheres, um encontro internacional realizado em Florianópolis e que culminou com uma marcha por direitos e democracia, na tarde de quarta-feira. “Acompanhei atentamente a manifestação das mulheres, que clamam por equidade”, relatou. O deputado disse que é obrigação dos homens romper com a cultura machista e patriarcal, impregnada nas mentes, e combater a violência contra as mulheres. Valduga falou ainda sobre o centenário de Chapecó, comemorado no mês de agosto, e acrescentou que utilizará seus pronunciamentos durante todo o mês para destacar os atributos do município oestino.
Imobilidade
O deputado Mario Marcondes (PSDB) chegou atrasado e irritado à Assembleia Legislativa porque passou mais de duas horas no trânsito na Via Expressa, em seu deslocamento de São José a Florianópolis. A situação é um inferno astral, nas palavras do parlamentar. “Está chato e redundante usar a tribuna para falar disso, mas nada se encaminha, não há solução para o problema traumático que é a mobilidade urbana da Grande Florianópolis”, desabafou. Marcondes criticou a ineficiência e a qualidade do transporte coletivo, que é caro e ruim. “O cidadão paga e não funciona. E a classe política só pensa em reeleição, no cidadão ninguém pensa.” O deputado acrescentou que foi feito um novo consórcio (de transporte coletivo), as mesmas empresas ganharam e tudo continua igual. “Não são abertas vias adicionais e não se fala em transporte marítimo. Parece que colocar o pé na água é crime. A Capital não tem infraestrutura e nada acontece”, analisou.
Marcondes conclamou os prefeitos da região a fazerem um movimento para resolver o problema, que custa caro para a população da Grande Florianópolis. Em aparte, Nilso Berlanda (PR) afirmou que também chegou atrasado porque saiu de Itapema de manhã cedo e levou quase três horas para chegar a Florianópolis. Já o deputado Valduga disse que o sistema viário está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “O problema passa por gestão, é preciso ter vontade política para resolver.” Maurício Eskudlark, que já se manifestou várias vezes na tribuna sobre a falta de mobilidade urbana na Capital, acrescentou que, enquanto isso, “a preocupação do governo é com a Ponte Hercílio Luz, que não vai resolver nada”.
Agência AL