Facisc apresenta preocupações do setor com a infraestrutura em SC
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) apresentou na manhã desta quarta-feira (4), na reunião da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa, um panorama sobre a infraestrutura nacional e catarinense, além das principais reivindicações de empresários de todo o estado para o setor. A exposição foi conduzida pelo vice-presidente da federação para assuntos de Infraestrutura, André Gaidzinski, a convite do presidente da comissão, deputado João Amin (PP).
A Facisc reúne 146 associações empresariais de todo o estado, com mais de 34 mil empresas associadas. Conforme Gaidzinski, em pesquisa realizada com empresários, os investimentos públicos em infraestrutura são a principal demanda, por impactarem fortemente nos custos de produção. Em média, 12% do faturamento bruto das empresas é gasto com os custos de logística.
“A melhoria da infraestrutura impulsiona a competitividade da economia e a melhoria do bem-estar social. A Facisc se envolve nisso porque nós temos que atender nossos associados. Eles clamam por isso e nos cobram por respostas do poder público”, explicou o dirigente
As condições das rodovias, ferrovias, aeroportos e portos estão entre as maiores preocupações da federação. “Tem muito trabalho a ser feito ainda na BR-470, na BR-280. Infelizmente, a duplicação da BR-101 não está pronta ainda. Há também pedidos regionais, que envolvem todas as rodovias estaduais e federais”, disse.
A questão energética também é uma preocupação da entidade, em especial o gás natural, que é bastante consumido por indústrias do estado. “83% do consumo de gás é das indústrias. Temos um único fornecedor, cujo contrato termina em breve. É algo que nos preocupa, pois se não tiver gás, algumas indústrias simplesmente parar de produzir”, afirmou.
Cortes de recursos
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Ronaldo Carioni, afirmou que os recursos destinados pelo governo federal para as rodovias catarinenses em 2018 já eram poucos e ainda sofreram cortes recentemente. Apesar disso, o departamento consegue manter algumas obras em andamento, como a duplicação da BR-470.
“Vamos conseguir tocar essas obras, não do jeito que queríamos, mas conseguindo sobreviver com os recursos que já eram poucos e diminuíram ainda mais”, disse o superintendente. Apesar dos cortes, os recursos para a melhoria da Via Expressa que liga a BR-101 à Ilha de Santa Catarina, no valor de R$ 36 milhões, estão mantidos, segundo Carioni.
O secretário de Estado de Infraestrutura, Paulo França, reconheceu que o Estado precisa avançar não só nos investimentos, mas num planejamento intermodal. “Nossa disponibilidade de recursos orçamentários é muito aquém do necessário para a manutenção das nossas rodovias. Os investimentos vêm através da busca de financiamentos. Nosso modelo administrativo tem que ser revisto, mas com recursos que garantam a manutenção da infraestrutura.”
O presidente da Comissão de Transportes da Alesc, deputado João Amin, afirmou que as entidades ligadas ao setor produtivo, como é o caso da Facisc, são importantes no trabalho da comissão. “É importante trazer essas entidades para a Assembleia, pois elas têm informações do setor produtivo que nos auxiliam e servem de base para as cobranças que temos que fazer dos governos federal e estadual.”
Os deputados Moacir Sopelsa (MDB), Luiz Fernando Vampiro (MDB), Antonio Aguiar (PSD) e César Valduga (PCdoB) também participaram da reunião.
(com informações de Nara Cordeio, da Rádio AL)
Agência AL