Extremo Oeste cobra investimentos da Celesc na rede trifásica de energia
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
São Miguel do Oeste, no Extremo Oeste, recebeu na tarde desta sexta-feira (12) a segunda audiência pública sobre a expansão da rede trifásica de energia, promovida pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. No encontro, realizado na Câmara de Vereadores, os participantes cobraram urgência em melhorias na eletricidade na região, sob o risco de se inviabilizar novos investimentos na área rural e a permanência do homem no campo.
Proposta pelo presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), a audiência colheu sugestões que vão servir na construção de um projeto que atenda a demanda do Grande Oeste catarinense pela energia trifásica.
“Esse é um tema que chega a todos os deputados, com frequência. O agricultor faz investimentos, mas ao ligar os equipamentos, tem uma série de dificuldades”, comentou Nadal. “Vamos elaborar esse projeto e apresentar ao governo, com alternativas que possam resolver essas questões de forma definitiva.”
A primeira audiência foi realizada na noite de quinta-feira (11), em Xaxim. As próximas serão em Joaçaba e Curitibanos, em datas a serem definidas.
Manifestações
Autoridades de mais de 20 municípios do Extremo Oeste acompanharam a audiência. Nos discursos, alertaram que a falta de eletricidade de qualidade, em especial no meio rural, compromete a economia da região.
O prefeito de São Miguel do Oeste, Wilson Trevisan, e o prefeito de Mondaí e presidente da Associação de Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina (Ameosc), Valdir Rubert, destacaram que a falta da rede trifásica é um problema antigo. “Espero que possamos contar com o trabalho dos deputados para cobrar agilidade nessas obras. Precisamos avançar com rapidez”, comentou o presidente da Ameosc.
O prefeito de Tunápolis, Marino Frey, alertou que a falta de investimentos na rede trifásica pode inviabilizar o agronegócio da região no futuro. “É uma demanda inadiável, que se não for atendida, vai condenar a atividade agrícola nos nossos municípios.”
O vereador Valdair Dahmer, de Itapiranga, afirmou que a falta de energia de qualidade causa prejuízos no campo. “O produtor fica com dinheiro parado, obra pronta aguardando que a Celesc traga a energia, causa prejuízo para todos.”
O presidente da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste, Vagner dos Passos, lembrou que a deficiência na rede de energia não prejudica apenas o agricultor. “A indústria também sofre, também tempos problemas com loteamentos”, comentou.
Os participantes da audiência também destacaram que a região é carente de investimentos da Celesc. Vereador em Guaraciaba, Pedro Tevisol afirmou que as cobranças da população são constantes. “As pessoas reclamam que a rede é fraca, está há décadas sem melhorias”, disse. “A Celesc não acompanhou a velocidade do desenvolvimento da nossa região”, completou o prefeito de Guarujá do Sul, Claudio Weschenfelder.
18 milhões em investimentos
O diretor de Distribuição da Celesc, Claudio Varella do Nascimento, afirmou durante a audiência que as regionais de São Miguel do Oeste, Chapecó e Concórdia receberão neste ano quase R$ 18 milhões de investimentos em rede trifásica, parte de um programa da empresa, que prevê a implantação de 500 quilômetros de rede trifásica em todo o estado.
“Quase 50% do orçamento destinado para o programa serão investidos nessas três regionais”, afirmou o diretor. “A Celesc sabe da importância do meio rural. Mais de 30% do seu faturamento vem do agronegócio, que precisa de energia elétrica de qualidade.”
Na regional de São Miguel do Oeste, serão investidos R$ 7,5 milhões nos municípios de Cunhataí, Guaraciaba, Iporã, Itapiranga, Santa Terezinha do Progresso, Mondaí e São João do Oeste. Segundo Nascimento, outras cidades serão beneficiadas em etapas futuras do programa. “Esses 500 quilômetros representam um primeiro passo”, afirmou.
Também participaram da audiência os deputados Mauricio Eskudlark (PL), Padre Pedro Baldissera (PT) e Neodi Saretta (PT). Eskudlark destacou que a falta de qualidade da energia no meio rural é um problema sério que precisa ser corrigido. Padre Pedro lembrou que a falta da rede trifásica impede a exploração do potencial econômico da região. Já Saretta afirmou que além da energia de qualidade, é preciso internet para o meio rural.
Participaram, ainda, o representante da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Maikel Frey; o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de São Miguel do Oeste, Adair José Teixeira; e o presidente da Cooperativa Auriverde, Claudio Post.
Agência AL