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06/02/2024 - 17h56min

Exposição “Águas passadas rasuram destinos’, abre ano cultural na Alesc

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O lançamento aconteceu no na Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho, localizada no hall do Palácio Barriga Verde.
FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL

A arte está de volta ao Parlamento catarinense com a abertura da exposição “Águas passadas rasuram destinos", da artista plástica Andrea Zanella, nesta terça-feira (06), às 19h, na Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho, localizada no hall do Palácio Barriga Verde. O evento foi prestigiado pelo deputado Marquito (Psol).

Em 11 telas, a artista fez da dor, a inspiração para a sua arte, ao expor a sua dolorosa experiência como moradora atingida, em junho de 2021, pelo rompimento da lagoa de e evapoinfiltração criada pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) em uma região de dunas, na Lagoa da Conceição, na Capital.

Para Andrea, esse acontecimento deixou cicatrizes profundas em sua alma. “Foi o maior desastre ambiental de Florianópolis. O despejo de milhões de litros de água e lama decorrentes de esgoto tratado em várias casas da região maculou a imagem da cidade, violou o ecossistema da lagoa e produziu sérios danos às pessoas que tiveram suas vidas violadas pelo descaso”, avaliou.

A lama virou arte
Andrea guardou dessa tragédia, além da dor na alma, um pouco da lama fétida e escura que invadiu as casas. “Depurei essa lama e a transformei, com o acréscimo de verniz e tinta PVA, em material para as pinturas em tela e também para os trabalhos em tecido, os quais comportam os rastros dessa materialidade e das camadas de tinta que a ela se entreteceram”, conta.

"A exposição “Águas passadas rasuram destinos” vem se somar ao trabalho de muitos artistas que lutam contra o esquecimento seletivo e afirmam uma política de memória para o que não se quer ver repetir. O conjunto de trabalhos, confeccionado com a lama do desastre e outros materiais, tensiona o modo como vidas vêm sendo objetificadas e colocadas em risco por desastres ambientais como esse; questiona a violência com que memórias significativas são destruídas; e visibiliza possibilidades de reinvenção da existência com os cacos do vivido”, observa.

Entre os trabalhos expostos está “A lagoa sempre arrebenta do lado do descaso", personificado em um pote de vidro, transparente, fechado, que traz a lama recolhida do rompimento da Lagoa de Evapoinfiltração da Casan. O pote colocado em um cubo vem acompanhado da tabela com a condição sanitária da Lagoa da Conceição em junho de 2021, cinco meses após o desastre ambiental.  Ainda, em duas telas de 100 x 100 centímetros, estão as pinturas feitas com lama e óleo denominadas de Vazão I e Vazão II.

A exposição “Águas passadas rasuram destinos”, que tem a curadoria da artista Meg Tomio Roussenq, segue até o dia 29 de fevereiro no Parlamento.    

Sobre a artista
Natural de Pato Branco, no Paraná, Andrea Zanella vive em Florianópolis desde 1994. Além de artista plástica, ela é psicóloga e professora da UFSC. Entre seus trabalhos, a participação em exposições coletivas como a exposição Bordados para Meyer Filho. Também é autora de livros como Lama, Escritos e desenhos (série Outros Rastros).

Valquíria Guimarães
Agência AL

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