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02/08/2013 - 07h47min

Estudos divulgados pela Fiesc apontam perspectivas negativas sobre a BR-101

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Estudo foi divulgado à imprensa pela Fiesc, nesta quinta-fera (1º). FOTO: Juliana Stadnik/Agência AL

Dois estudos divulgados neste quinta-feira (1º) pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) apontam um cenário nada animador sobre a situação atual e o futuro da BR-101. Enquanto no trecho norte da via apenas 17,24% das obras previstas em contrato pela concessionária Autopista Litoral Sul foram realizadas, na parte sul, a duplicação, na melhor das hipóteses, será concluída apenas no fim de 2017.

Os estudos foram elaborados pelo engenheiro Ricardo Saporiti, que vistoriou a rodovia, desde Curitiba (onde começa a concessão da Autopista Litoral Sul) até a divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O trabalho foi dividido em duas partes. A primeira analisou a situação do trecho norte, entre Curitiba (PR) e Palhoça, na Grande Florianópolis.

Segundo Saporiti, na parte norte, além da concessionária ter realizado apenas 17,24% das melhorias previstas, há uma diferença, comprovada por trabalhos científicos, entre a qualidade do serviço realizado no Paraná e em Santa Catarina. “A conservação da rodovia tem deixado a desejar e o asfalto está em processo de degradação acentuado. Isso foi comprovado por trabalhos científicos”, disse.

Entre as obras não realizadas, estão reforço na estrutura de pontes, construção de vias marginais, implantação de terceira faixa em trechos de maior tráfego, além da obra principal, a construção do Contorno Rodoviário de Florianópolis. “Essas obras deveriam estar concluídas até o fim do quinto ano do contrato de concessão. Como esse contrato foi assinado em 2008, tudo deveria estar pronto até o fim de 2013”, afirmou o engenheiro.

Em contrapartida, a receita da Autopista Litoral Sul com os pedágios chegou a R$ 174,1 milhões em 2012, um aumento de 11,1% no comparativo com 2011. “Permanecendo as atuais condições, o TCU alertou para uma possibilidade do abandono do contrato por parte da concessionária”, comentou Saporiti.

Trecho sul
A segunda parte do estudo tratou do trecho sul, que vai de Palhoça à divisa com o Rio Grande do Sul. Nesse caso, embora mais de 80% das obras físicas tenham sido concluídas, ainda falta investir 64% do preço total da duplicação, o que equivale a aproximadamente R$ 1,2 bilhões, referentes a obras complexas, como a transposição do Morro dos Cavalos, em Palhoça; a construção do túnel do Morro do Formigão, em Tubarão; e a ponte sobre o Rio Tubarão, que necessita de reforço na estrutura e alargamento.

“Essas obras são verdadeiros gargalos da duplicação do trecho sul. A transposição do Morro dos Cavalos, por exemplo, ainda depende das licenças ambientais. Se elas forem expedidas ainda este ano e a licitação aberta até o fim do ano, a duplicação terminará só no fim de 2017”, atestou o engelheiro.

Contorno da Grande Florianópolis
Mas o maior desafio da BR-101, até o momento, é a construção do Contorno Rodoviário de Florianópolis. A obra consiste em um anel viário que seria iniciado na altura do Rio Inferninho, entre Governador Celso Ramos e Biguaçu, e a praça de pedágio que atualmente encontra-se desativada, em Palhoça.

A obra, prevista inicialmente para custar R$ 343 milhões, que deveria ser concluída no fim deste ano, sequer foi iniciada. Uma alteração no traçado, necessária devido à construção de um conjunto habitacional em Palhoça na faixa de domínio do trecho inicialmente previsto, tornará a obra mais complexa, pois será necessária a construção de seis túneis de 900 metros de extensão cada um.

“Se levarmos em consideração que o túnel do Morro do Formigão tem praticamente a mesma extensão e vai custar pouco mais de R$ 50 milhões, esses seis túneis vão praticamente dobrar o valor da obra”, explicou Saporiti.

Urgência
Os estudos serão encaminhados para o Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) e Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, é urgente a ampliação da capacidade de tráfego do trecho norte da BR-101.

“Vamos iniciar uma forte mobilização envolvendo o setor público, o privado e a classe política, visando à ampliação do trecho norte. Há trechos, como entre Joinville e Curitiba, que a capacidade de tráfego está superada em até 200%”, afirmou.

O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de São Paulo (Fetrancesc), Pedro Lopes, demonstrou preocupação com a situação da BR-101. Ele alertou que principalmente na parte norte, a situação tende a se agravar nos próximos anos. “Há várias indústrias se instalando na região de Joinville. Em breve teremos a fábrica da BMW em Araquari. Os portos de São Francisco do Sul e Itapoá serão cada vez mais utilizados. Tudo isso vai aumentar o tráfego na 101”.

Os estudos encomendados pela Fiesc contaram com o apoio do Crea-SC. A íntegra pode ser consultada aqui.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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