Estratégias metodológicas de educação ambiental são tema de seminário na Alesc
Dando continuidade ao 9º Seminário de Educação Ambiental, promovido pelo Grupo de Trabalho de Educação Ambiental (GTE RH08), foram apresentadas, na tarde desta segunda-feira (4), no auditório Deputada Antonieta de Barros, palestras envolvendo estratégias metodológicas sobre o tema, dentro das salas de aula.
Ministrado pela educadora ambiental Paula Tonon, o evento desta tarde teve início com a apresentação de Carolina Cavalcanti, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC e coautora do livro “Sobre a face das águas”. A obra, financiada pela Agência Nacional das Águas, é um material paradidático que trabalha a questão da água de forma sistêmica, considerando questões sociais, culturais, étnico-raciais e políticas.
“As pessoas vêm para cá com a expectativa de que vamos falar sobre poluição, sobre a má distribuição da água, mas o meu objetivo é fazer um apelo, junto ao livro, pra tirar uma visão romantizada do meio ambiente e da educação ambiental, com um aspecto mais profundo de que existem pessoas que sofrem mais com a crise global do que outras. Pessoas que não têm oportunidade e que vivem num sistema de opressão”, afirmou a professora.
Segundo Carolina, o livro foi desenvolvido com o objetivo de auxiliar professores de ensino fundamental e médio a trabalharem a questão ambiental de forma mais ampla, levando em consideração tudo o que gira em torno da água e não só a sua importância como fonte de sobrevivência.
“O livro traz uma perspectiva da educação ambiental que vai além de uma visão romanceada, que eu chamo, e biológica que a gente tem da água. Está muito associado a termos em relação à ecologia, a biologia, ciência e geografia. Então vem mostrar que todas a áreas podem contribuir com uma visão e uma perspectiva mais ampla em relação à água, aspectos históricos, guerras envolvendo a água, a questão política, o papel do Estado na distribuição, no controle da poluição. É uma perspectiva de educação ambiental mais crítica e transformadora”, explica.
Educação ambiental no comitê de bacias
Representando a Associação Caminho das Águas do Tijucas, entidade executiva dos comitês de bacias dos rios Tijucas-Biguaçu e Cubatão-Camboriú, a educadora ambiental Aline Luiza Tomazi palestrou sobre o que são os comitês de bacias, quais suas atribuições e a impotência da educação ambiental dentro dos comitês.
“Os comitês são órgãos colegiados, formados por entidades de personalidade jurídica com funções consultivas, deliberativas e normativas sobre a gestão de recursos hídricos no âmbito da bacia hidrográfica”, explicou.
De acordo com Aline, entre as principais atribuições dos comitês está a promoção de debates sobre os recursos hídricos, mediação e regulamentação de conflitos relacionados às bacias e desenvolver e apoiar ações de educação ambiental. “A educação ambiental, nos comitês de bacia, serve como foco, dá a visão de bacia hidrográfica. Congrega as iniciativas pontuais de educação ambiental de uma forma conjunta”.
Com a colaboração de Carolina Lopes/Agência AL