Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
19/10/2012 - 16h15min

Especialistas debatem impacto da crise internacional na indústria catarinense

Imprimir Enviar
Desindustralização

O ano de 2012 não vai deixar saudades à indústria catarinense. Mas a curva de crescimento aponta a perspectiva de um desempenho melhor em 2013. A análise é do presidente do Sistema Fiesc, Glauco Côrte. Ele debateu como a crise internacional está afetando a indústria catarinense, e quais as medidas necessárias ao revigoramento do setor, com o professor Silvio Antônio Ferraz Cario, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e com o deputado e empresário Sílvio Dreveck (PP). Esse é o tema do programa Parlamento Debate, que a TVAL exibe neste sábado (20), às 20h30.
“A crise mundial de 2008 só tem semelhança com a crise financeira de 1929. Trata-se de uma crise de longa duração, que não aconteceu na América Latina, mas no centro dos países desenvolvidos”, analisou o professor Cario. A confiança no futuro diminuiu, na avaliação dele, porque o endividamento está chegando ao limite. “O governo incentivou o consumo. Agora é o momento de estimular o investimento”, sugeriu.
Ao longo dos últimos 15 anos, a indústria brasileira perdeu participação na riqueza do país. O efeito é chamado de desindustrialização. Alguns setores perderam dinamismo, em especial os mais tradicionais, como o têxtil, cerâmico, moveleiro, calçados e aves. No entanto, Cario afirma que está em curso, nos últimos três anos, a reversão desse processo. “Para ganhar competitividade, a indústria nacional precisa de estímulo financeiro e de investimento em inovação.”
O “custo Brasil” foi um dos aspectos apontados pelo deputado Sílvio Dreveck como limitador do crescimento da indústria brasileira e catarinense. A carga tributária, o custo da energia e os gargalos de infraestrutura diminuem a competitividade do produto nacional. Ele aponta a necessidade de desburocratização, redução de custos de produção e a concessão da infraestrutura à iniciativa privada como estratégias para dinamizar o setor. “O modelo de concessão é melhor que a privatização porque o patrimônio continua público e dá celeridades às decisões.”
Os três debatedores concordaram que o governo brasileiro tem feito esforços para melhorar a competitividade industrial e a infraestrutura do país. “Mas o tempo do setor público é diferente, precisamos de mais agilidade”, frisou Côrte.
Para o presidente da Fiesc, o futuro da indústria catarinense depende de dois fatores que são justamente o nível de investimento e a qualificação dos trabalhadores.  Segundo ele, a produtividade nacional é baixa, em comparação com a dos países desenvolvidos. Além disso, como o momento é de pleno emprego, está cada vez mais difícil conseguir mão-de-obra, daí a necessidade de investimento em cursos profissionalizantes.
A necessidade de melhorar a qualidade do ensino no país foi destacada por Dreveck. “Tivemos um grande avanço no acesso à educação, mas temos um problema sério quanto à qualidade do ensino.” Ele também falou sobre a necessidade das reformas tributária, previdenciária e trabalhista, ressaltando que a reforma político-eleitoral deve vir em primeiro lugar, pois dela dependem as demais.
Quanto à competitividade da indústria brasileira, o professor Cario destacou a carência de investimento em inovação. Glauco Côrte concordou que o investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil é muito pequeno. “A indústria tem de estar no centro da estratégia de desenvolvimento do país. Tem havido avanços, mas ainda tímidos. Precisamos de estratégias de longo prazo e reformas estruturais”, avaliou. Apesar desse cenário, o presidente da Fiesc assegura que o setor industrial vai sair da crise mais fortalecido e preparado e crescerá, a partir do próximo ano, porque continua acreditando na recuperação da economia. (Lisandrea Costa)

Voltar