Especialistas analisam SDRs como prática de governança

Criadas em 2003, pelo então governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), com a proposta de promover a descentralização das ações do governo do Estado, as Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs) foram tema de debate na manhã desta sexta-feira (30) no Palácio Barriga Verde. Acadêmicos, gestores e especialistas em Administração reunidos no 1º Seminário Nacional de Governança Pública discutiram as mudanças promovidas pelas SDRs nas localidades onde foram implantadas.

Inspirado no modelo francês das comunidades de comunas, a experiência catarinense com núcleos de administração regionais vem sendo objeto de pesquisas e estudos por todo o país, afirmou a professora de Administração Pública da Esag/Udesc, Carolina Andion. “A ideia principal das SDRs é repassar recursos e responsabilidades para que as comunidades locais, com a ajuda de conselhos e comitês técnicos, possam resolver seus problemas e buscar a melhor forma de desenvolver a região.”

Neste sentido, disse, paralelamente ao seminário foram apresentados projetos considerados exemplares do processo de gestão descentralizado. “São experiências exitosas, desenvolvidas em áreas distintas como agricultura, turismo e administração.”

Estratégia desenvolvimentista

Mais do que amplificar a atuação do poder público, a descentralização pretende ser também uma estratégia desenvolvimentista para a sociedade, destacou a organizadora do evento, a professora da Unisul, Taisa Dias.  Membro do Observatório de Governança Pública, ela afirmou que o modelo aprimora a relação entre o Estado e a sociedade ao fomentar o seu desenvolvimento de forma harmônica.  “O pressuposto é que a sociedade é complexa e o Estado deve manter-se como o organizador de todas as forças atuantes, buscando o seu fortalecimento como um todo.”

Realizado pela Unisul, o 1º Seminário Nacional de Governança Pública e 1º Workshop Práticas de Governança contam com apoio do governo do Estado, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icom) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A programação completa do evento, que se estende entre os dias 29 e 30 no Plenarinho da Assembleia Legislativa, pode ser obtida por meio do site