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27/05/2010 - 12h16min

Especialista palestra no Sustentar 2010 sobre mudanças climáticas e consequências para região Sul

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Sustentar 2010 - III Fórum sobre energias renováveis e consumo responsável - Local: Lang Palace Hotel - Centro - Chapecó/SC
A análise dos testemunhos de gelo nas calotas polares dão resultado inequívoco: as mudanças no clima são causadas ou sofrem interferência das atividades humanas. Essa constatação sintetiza a palestra “Mudanças climáticas: interconexão entre o global e o regional”, proferida pelo professor Francisco Elizeu Aquino no Sustentar 2010, na manhã de quinta-feira (27). Professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Aquino é especialista em mudanças climáticas e faz parte do Núcleo de Pesquisas Antárticas da UFRGS. O palestrante discorreu sobre os resultados de pesquisas realizados no Brasil e no mundo sobre mudanças climáticas. “Quando falamos em mudança climática falamos do grau de conexão entre as regiões mais distantes da terra. A troca de massas de ar entre as regiões polares e a região equatorial é que faz o equilíbrio de temperatura e de chuvas no planeta”, explicou. Segundo ele, existe uma conexão direta entre Santa Catarina e os eventos que ocorrem no Equador (especialmente na região amazônica) e na Antártica. A história do clima é preservada nos mantos de gelo polar, que guardam uma amostra da atmosfera da terra naquele momento. “O século XX foi o mais quente dos últimos 2000 anos. E corremos o risco de que 2010 seja o ano mais quente dos últimos cem anos”, disse o professor. Ele ilustra a previsão com a anomalia de temperatura registrada nos meses de janeiro e abril, que foram os mais quentes do último século e diz que os oceanos servem como amortecedor climático, por isso o efeito de aumento da temperatura é de médio e longo prazos. As amostras de gelo coletadas na Antártica e na Groenlândia com dados dos últimos 400 mil anos revelam que aumentaram muito os níveis de emissão de CO2 (dióxido de carbono) e de CH4 (metano) pós revolução industrial. O dióxido de carbono aumentou 36%, enquanto o nível de metano aumentou 130%. Isso contribui para o aumento da temperatura da terra, que por sua vez altera a pressão atmosférica. A elevação de temperatura acarreta fenômenos como a diminuição das massas de gelo, a fragmentação dos icebergs e a elevação do nível do mar. “Uma das consequências de aumento de temperatura e dos ventos para o nosso hemisfério é a intensificação de ciclones extratropicais”, constata Aquino. O comportamento de chuva do planeta está associado à pressão atmosférica e ao vento. Para a região Sul do Brasil, o professor observou que estão aumentando os eventos severos. Chove muito, em poucas horas. O volume de chuva aumentou, porém chove com irregularidade e com pior distribuição espacial, por isso as estiagens são cada vez mais comuns. Pela localização geográfica, o clima catarinense está diretamente associado com as mudanças/alterações de circulação atmosférica e oceânica do Hemisfério Sul. Sem fazer uma previsão catastrófica, Aquino disse que os ciclones raros estão dando sinais de que poderiam aparecer com mais freqüência, o que preocupa em especial o Sul do Brasil porque eles se formam no oceano e estão cada vez mais próximos da costa. (Lisandrea Costa/Divulgação Alesc)
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