Escola do Legislativo organiza palestra em Otacílio Costa
Uma tarde para refletir. Essa foi proposta da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira que, por intermédio do projeto “O Legislativo na Comunidade”, levou ao município de Otacílio Costa, a mais de 200 quilômetros da Capital, a palestra “Ética e cidadania”, ministrada pelo professor José Dimas Maciel Monteiro. A iniciativa foi da Câmara Municipal de Vereadores e reuniu, na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), cerca de 100 pessoas, entre professores e estudantes da rede pública, servidores e representantes dos Poderes Legislativo e Executivo e da imprensa local.
O presidente da Câmara, Wanderlei de Liz (PP), comemorou a presença dos estudantes e afirmou que a juventude é mesmo o foco dessa iniciativa em Otacílio Costa, cidade com cerca de 17 mil habitantes e que tem a produção de papel e a indústria madeireira como pilares econômicos. “Esse tipo de intervenção acaba beneficiando também os demais segmentos, trazendo informação para o município”, salientou. O vereador lembrou que houve 80% de renovação no Legislativo municipal. “Esses cursos contribuem de uma forma muito ampla, acrescentando até mesmos aos vereadores e ajudam a formar eleitores conscientes, por isso quero agradecer a cada jovem aqui presente”, disse.
A vereadora Eliany Koheler de Ávila (PMDB) argumentou que os jovens devem ser questionados sobre seus anseios: “Nunca perguntamos a eles o que querem para esse momento. Este encontro é uma oportunidade ímpar. Também estamos presenciando a aproximação do Legislativo municipal das escolas e do Legislativo estadual do município”, observou.
Na opinião do professor Maciel, formado em Filosofia pela UFSC, mestre em Literatura e doutorando em Bioética pela Universidade do Porto, Portugal, o simples fato do Legislativo municipal de Otacílio Costa mobilizar-se para debater esta questão é um sinal claro do grau de participação na vida política que os cidadãos do município almejam.
A vereadora Maria Sonei Constante Carvalho (PMDB) acredita que este tipo de experiência pode incentivar o envolvimento social e, consequentemente, a participação em causas comunitárias, além de expandir o entendimento dos jovens que podem vislumbrar outras possibilidades de vida ou de profissão a partir de reflexões do gênero.
Com questionamentos constantes, que atraíram a atenção da plateia de idades heterogêneas, o professor conseguiu debater temas profundos como a igualdade, a violência, a consciência popular de uma forma clara e acessível a todos. “Os questionamentos são uma forma de instigar a participação política da sociedade”, explica. “Reconhecer os iguais é simples, o problema é reconhecer os que são diferentes”, provocou.
Aos poucos, os alunos das escolas estaduais Nossa Senhora de Fátima e Elza Deek e da escola municipal Pedro Álvares Cabral venceram a timidez e opinaram sobre temas espinhosos como a coletividade, a omissão na participação social e outros. Leandro Schwantes, 16 anos, aluno do terceiro ano do ensino médio, acha que a palestra deveria ser mostrada para mais pessoas. Natália Silva, 16 anos, com deficiência auditiva, precisou do auxílio do professor de Libras, Jeverton Monteiro, 27 anos, para entender o tema. Ele, que acompanha outros jovens com deficiências diferentes, acredita que é muito bom levantar o debate e trazer o assunto da desigualdade, muitas vezes velado, à tona. “Os alunos tratam de formas diferentes uns aos outros. Vale a discussão”, declarou.
Sala de Imprensa