Agropecuária: entidades apontam intransigência do governo nas negociações
O presidente do Sindicato dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina (Seagro-SC), Eduardo Medeiros Piazera, foi à tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (26) para solicitar apoio parlamentar para uma solução favorável nas negociações salariais travadas entre as categorias ligadas à agropecuária e ao governo do Estado.
Conforme o dirigente, os profissionais reivindicam 2% de reajuste, relativo a inflação no último ano, mas após seis rodadas de conversas com representantes do Poder Executivo nada de concreto foi obtido.
Caso fosse implementado, disse, o reajuste significaria um acréscimo anual de 0,05% na folha de pagamento do funcionalismo público do Estado, que tem se oposto à medida alegando restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Ainda segundo Piazera, ações para a contenção de gastos já foram implementadas tanto na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), quanto na Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), resultando em uma economia anual de R$ 28 milhões ao ano, o que seria suficiente para a concessão do reajuste. “A Epagri e Cidasc fizeram o dever de casa, cortando custos em suas operações e merecem o tratamento adequado. Não é possível que paguemos pela ineficiência de outros setores do Estado”, declarou.
Terceirização dos serviços
Na ocasião, também fez uso da palavra Gilmar Luiz Espanhol, que coordena o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia, Pesquisa e Informações de Santa Catarina (Sindaspi-SC). Na oportunidade, ele criticou uma suposta tentativa do governo em terceirizar os serviços de assessoria técnica e de fiscalização agropecuária no estado. “Não podemos deixar esse espaço ser ocupado por pessoas que não têm responsabilidade em fazer um acompanhamento adequado destes processos. Não só a qualidade, mas a própria continuidade de programas e atendimentos técnicos, sobretudo aos produtores familiares, podem ficar seriamente prejudicados.”
Os deputados Dirceu Dresch (PT) e José Milton Scheffer (PP) se pronunciaram em apoio aos dirigentes. “Fiz questão que viessem a este Parlamento apresentar suas demandas porque Santa Catarina não pode, de jeito nenhum, jogar fora a galinha dos ovos de ouro que é nossa agricultura, que tem gerado emprego, renda e alimentos para nossa sociedade”, disse Dresch.
“Nossa qualidade sanitária é o que nos diferencia de outras unidades da federação e o que nos possibilita acessar mercados internacionais. Por isso, queria parabenizar a categoria de trabalhadores agrícolas e pedir ao governo que a valorize e reconheça neste acordo coletivo”, completou Scheffer.
Agência AL